Nove vereadores da bancada evangélica da Câmara Municipal de Curitiba abandonaram parte da sessão plenária desta segunda-feira (20), no exato momento em que convidados de uma das vereadoras da casa falariam sobre o dia de combate à homofobia. Na sessão, estava presente também o presidente do Grupo Dignidade, Toni Reis.
A sessão, segundo a assessoria de imprensa da Câmara de Vereadores, estava programada para ser interrompida para que os convidados falassem sobre o tema. No dia 17 de maio foi comemorado o dia internacional de combate à homofobia e os convidados, dois professores da Universidade Federal do Paraná (UFPR) falariam sobre a necessidade de políticas públicas para acabar com a violência contra homossexuais.
Antes da fala ser passada aos convidados, vários membros da bancada evangélica falaram sobre a importância do título de cidadania honorária, que estava para ser votado, condedido ao pastor Marcelo Bigard. Como a discussão sobre o assunto se prolongou até as 11 horas, segundo a assessoria, o presidente da casa, vereador Paulo Salamuni, interrompeu a sessão para que os convidados pudessem falar, conforme o cronograma.
Com a suspensão e o início do debate sobre as políticas públicas para a comunidade gay, nove dos onze vereadores da bancada evangélica se retiraram da sessão plenária. Apenas os vereadores Cacá Pereira (PSDC) e Carla Pimentel (PSC) permaneceram no plenário para ouvir sobre o combate à homofobia.
Ao final do debate, os nove evangélicos voltaram para a sessão e retomaram a palavra. No término dos trabalhos, o vereador Paulo Salamuni disse, segundo a assessoria, que cumpriu com o cronograma e afirmou que o legislativo municipal é laico.
O presidente do Grupo Dignidade, Toni Reis, disse que viu apenas alguns vereadores sairem, mas que não acredita em boicote aos que estavam presentes para debater sobre o assunto. "Se isso realmente aconteceu foi uma indelicadeza, mas não acredito que tenha sido dessa forma".
Reis exaltou a importância do debate sobre o assunto e disse que trazer dois professores da UFPR para falar sobre combate à homofobia "tira a questão do ativismo para trazer para a universidade o tema". "Foi excelente o debate. Queremos mostrar que temos que viver de maneira harmoniosa e não queremos guerra santa", completa.