O assessor especial da Secretaria de Estado da Justiça e Cidadania, Edívio Battistelli afirma, sobre os índios, que a dificuldade de acesso à educação (2º e 3º graus), a falta de alternativas econômicas, a péssima qualidade das habitações, transformaram as aldeias em pequenas "favelas rurais", muitas vezes, confundidas com acampamentos de sem-terra.
Para, Battistelli, a baixa qualidade de vida e a falta de acesso à "vida nacional" são as principais dificuldades enfrentadas pelas tribos indígenas que vivem no Paraná. "Ainda assim, no Paraná, a questão indígena tem um tratamento singular em relação aos demais estados brasileiros", afirma.
Segundo ele, o governo já assegurou percentual de terra suficiente para abrigar as aldeias e, agora, está partindo para outras ações, visando a melhoria da qualidade de vida dos índios. O governo promete que, ainda este ano, por meio do Paraná 12 meses, serão construídas 400 casas nas reservas indígenas do Estado. Outras 800 estão previstas para o ano que vem. "Precisamos garantir um tratamento especial e diferenciado, que o índio não teve ao longo desses 500 anos."
O Estado tem hoje 11 mil índios, de três etnias, que ocupam 17 reservas no Estado (outras quatro áreas estão em fase de regularização). A kaingang é a segunda etnia mais populosa no Estado - com aproximadamente 8 mil índios - e a terceira do Brasil. A tribo guarani é a segunda mais populosa, com cerca de 3 mil índios. No Paraná, eles estão divididos em três sub-grupos: os m"byá, os awa-xiripá e os kaiowá.
Uma peculiaridade do Paraná são os índios da tribo xetá. Dizimados pela colonização cafeeira, só restaram, no mundo, oito xetás puros e outros 28 descendentes. Um grupo, liderado por uma antropóloga e que reúne mais cinco técnicos, está trabalhando para identificar e reagrupar os xetás em uma área chamada Serra dos Dourados, em Umuarama (Oeste do Estado). Os xetás foram descobertos na década de 50. "Apesar de dóceis, tinham costumes da Era da Pedra", explicou Battistelli.
As tribos indígenas no Paraná têm no artesanato, agricultura e pecuária suas principais alternativas econômicas. A população indígena é considerada a mais pobre do Estado e com a limitação das áreas, os índios já não conseguem viver da caça e da pesca.