A apreensão de contrabando (matérias eletrônicos e outros produtos) em 2021 quase quadruplicou se comparada com o ano anterior, segundo o balanço anual de atividades da BPFron (Batalhão de Polícia de Fronteira), unidade especializada da PM (Polícia Militar) responsável por atuar no combate à criminalidade em toda a região fronteiriça do Paraná.
No ano passado foram 16.669 volumes de materiais, enquanto em 2020 o número foi de 4.248. Também foram apreendidas 41,4 toneladas de drogas (11% a mais que em 2020, 37 toneladas).
De acordo com o comandante do BPFron, tenente-coronel André Dorecki, além de conduzir ações próprias para coibir a criminalidade na fronteira, o batalhão também é responsável por prestar o apoio e trabalhar integrado às demais forças de segurança, estaduais, municipais e federais, que atuam na região.
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“Trabalharmos em conjunto com as demais unidades da Polícia Militar que agem nos municípios fronteiriços e atuamos de forma integrada com a Polícia Civil, com a Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal, com a própria Receita Federal, como órgão fiscalizador, com o Exército Brasileiro, e até mesmo com polícias de outros estados e países vizinhos. O objetivo é utilizarmos de todas as ferramentas disponíveis, para impedir que o crime entre no País, o que até o momento tem dado bons resultados”, explica o comandante.
A apreensão de cigarros contrabandeados diminuiu. Em 2021, foram 2,9 milhões de pacotes, enquanto que em 2020 foram 3,4 milhões. O trabalho contínuo do batalhão também retirou de circulação 149 armas de fogo ilegais em 2021, junto com mais de 2,2 mil munições. Em 2020, foram 81 armas de fogo apreendidas e 1.433 munições - um pouco mais da metade da apreensão em 2021.
“O recolhimento destes armamentos incide diretamente na redução de outros índices de criminalidade, como roubos e homicídios, auxiliando, assim, na inibição de crimes futuros”, ressalta Dorecki.
Segundo o comandante, o volume grande de drogas apreendidas indica que grande parte da circulação ilícita no Paraná foi localizada na área de fronteira. "Impedimos a circulação deste ilícito no estado ou em estados vizinhos", afirma Dorecki.
Hórus
Desde 2019, de acordo com o tenente-coronel, o BPFron também atua como um dos líderes em apreensões pela Operação Hórus, desencadeada pelo MJSP (Ministério da Justiça e Segurança Pública). O ano de 2021 também foi o da maior apreensão de maconha da história do batalhão, com 12,7 toneladas da droga recolhida de uma só vez. A ocorrência foi em janeiro do ano passado, em Toledo, no Oeste, e resultou no recolhimento, também, do caminhão que a levava e na prisão de cinco homens.
Agrotóxicos
O balanço de 2021 também aponta redução de quase 50% nas apreensões de agrotóxicos ilegais: no ano passado foram 4.521 unidades e ano anterior 8.964. Já o número de veículos recolhidos ao pátio por irregularidades, uso para o crime ou pendências, aumentou em 25% - de 62 para 78.
“As apreensões de contrabando, agrotóxicos e drogas em geral também refletem na apreensão de veículos com pendências administrativas ou simplesmente ilegais, dado que, em alguns casos, eles estão interligados com crimes que envolvem o transporte de ilegalidades”, conta o tenente-coronel. “Devemos lembrar, ainda, dos resultados que não são mensuráveis, como o número de crimes que foram evitados simplesmente pela presença policial nos locais de atuação”.
Cobra
Ao longo do ano, o batalhão também contou com ações constantes do COBRA (Corpo de Operação de Busca e Repressão Aquática), pelotão especializado no combate aos crimes incidentes nos rios e lagos na região da fronteira.
O grupo monitora cerca de 300 portos clandestinos (atracadouros improvisados utilizados por criminosos para carregar ou descarregar contrabando, drogas e armas) que ficam espalhados pelas margens do Rio Paraná e do Lago de Itaipu, o que reflete, também, na apreensão de materiais ilegais e drogas que tentam introduzir no país por água e que acabam barradas pelas equipes.
Divisas integradas
Em 2021 foi desencadeada a megaoperação Fronteiras e Divisas Integradas, que uniu esforços das secretarias da Segurança Pública do Paraná, de São Paulo, do Mato Grosso do Sul, de Minas Gerais e do Rio de Janeiro, além de órgãos federais e municipais. Com isso, o BPFron, que já presta apoio às demais forças que atuam na faixa de fronteira, serviu como base para três das seis etapas da operação.
Como resultado das seis etapas, mais de 2,7 mil pessoas foram presas nos estados, quase 56 toneladas de drogas apreendidas e 2,8 milhões de maços de cigarro recolhidos.