Morreu na noite desta terça-feira (10), aos 65 anos, o jornalista Benedito Francisquini. Considerado um ícone do jornalismo do Norte Pioneiro do Paraná, Francisquini estava internado na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do Hospital Regional do Norte Pioneiro, em Santo Antônio da Platina, desde a última quarta-feira (4).
Após sentir-se mal e ser levado à instituição de saúde, o jornalista precisou ser intubado devido à insuficiência cardíaca e respiratória causada por sepse, que consiste em uma infecção generalizada de alta gravidade.
O falecimento de Francisquini aconteceu devido a duas paradas cardíacas, registradas pouco depois da visita de seus dois filhos, Nádia, de 41 anos, e Luigi, de 37. Separado de sua ex-esposa Daisy, o jornalista perdeu o filho mais velho, Andrei Francisquini, em 2019, quando o jovem foi assassinado em Curitiba.
SERÁ LEMBRADO
"O Benedito era uma pessoa de coração enorme, que tirava do pouco que tinha para ajudar o próximo. Ele sempre foi muito generoso, além de ter sido o pioneiro do jornalismo profissional na região", relembra o jornalista Luiz Guilherme Bannwart, do Portal Tá No Site.
Amigo de Francisquini, Bannwart conta que o pioneiro foi o responsável por lhe dar sua primeira oportunidade para aprender a fazer jornalismo na prática.
"O Francisquini se dedicava às ‘causas impossíveis e improváveis’, mas sempre deu voz aos cidadãos da região. Às vezes, exagerava um pouco na ‘tinta da caneta’ e nos comentários ao vivo e gravados para as rádios locais e regionais. Autêntico, mas sempre democrático: esse era o Benedito."
Os trabalhos jornalísticos de Francisquini são lembrados pela população do Norte Pioneiro, uma vez que marcaram uma geração. "A cobertura da invasão de propriedades rurais no Norte Pioneiro por integrantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra) no fim da década de 1980 rendeu ao Benedito reconhecimento profissional por toda a mídia estadual e nacional, inclusive ganhando destaque à época no Jornal Nacional", conta o amigo.
PASSAGEM PELA FOLHA DE LONDRINA
Além de ser o fundador da Tribuna do Vale, o principal jornal impresso do Norte Pioneiro do Paraná, Francisquini fez história em outros veículos de comunicação. No final da década de 1980, o jornalista foi correspondente da Folha de Londrina, além de ter passado pelo O Estado do Paraná.
Considerado um jornalista "das antigas", Francisquini contrariou as tendências da contemporaneidade e se posicionou a favor do jornalismo impresso.
"Em 1995, o Benedito fundou a Tribuna do Vale e montou seu próprio parque gráfico para que a região ganhasse o primeiro jornal diário produzido e impresso em Santo Antônio da Platina. Consequentemente, ganhou espaço no rádio e, igualmente, tornou-se referência em comunicação. Sua voz grave era marca registrada todas as manhãs na Vale do Sol FM para atualizar os ouvintes com as informações mais relevantes do dia", explica o jornalista Bannwart.
VELÓRIO E SEPULTAMENTO
O corpo de Benedito Francisquini será velado na Câmara Municipal de Santo Antônio da Platina até o início da tarde desta quarta-feira (11). O sepultamento do jornalista irá acontecer no Cemitério Municipal de Cambará (Norte Pioneiro), onde estão enterrados alguns de seus familiares e amigos.
Francisquini deixa, além dos dois filhos, dois netos, Joshua e Nathan.