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O tradicional jornal americano The New York Times publicou neste sábado (2) mais um editorial em que defende o voto contra o ex-presidente Donald Trump na corrida pela Casa Branca.
Em um curto texto intitulado "Vote para acabar com a era Trump", o conselho editorial do jornal afirma que Trump não é adequado para liderar o país e é uma ameaça à democracia.
O texto está repleto de links que direcionam para outros artigos de opinião do mesmo jornal que criticam o ex-presidente. Um trecho, por exemplo, chama os eleitores a "ouvir aqueles que melhor conhecem ele [Trump]" e contém uma ligação que leva a um artigo que lista os ex-assessores do republicano que já fizeram declarações públicas contra ele.
"A corrupção e a ilegalidade de Trump vão além das eleições: é todo o seu éthos. Ele mente sem limites. Se for reeleito, o Partido Republicano não o conterá. Trump usará o governo para atacar opositores. Ele perseguirá uma política cruel de deportações em massa. Ele causará estragos nos pobres, na classe média e nos empregadores. Outro mandato de Trump prejudicará o clima, destruirá alianças e fortalecerá autocratas. Os americanos devem exigir mais. Vote", diz o texto do Times.
O editorial do jornal de Nova York é publicado dias após a polêmica envolvendo seu principal concorrente, o The Washington Post, que anunciou que nesta eleição não apoiaria nenhum candidato -rompendo uma tradição de 30 anos.
O ato do Post levou ao cancelamento de pelo 200 mil assinaturas digitais e à renúncia de diversos colunistas, de acordo com a rádio pública americana NPR, atribuindo a informação a duas pessoas com conhecimento do assunto.
Críticas vieram também de Marty Baron, ex-editor-executivo do jornal. Na rede social X, ele afirmou que, com a decisão, o jornal demonstra uma "falta de coragem perturbadora". "Isso é covardia, e a democracia é a vítima. Trump verá isso como um convite para intimidar ainda mais o proprietário Jeff Bezos (e outros)", escreveu.
O dono do The Washington Post, Jeff Bezos, justificou a decisão afirmando que endossos prejudicam a imagem de empresas de comunicação.
O New York Times, por outro lado, já havia apoiado abertamente a atual vice-presidente, Kamala Harris, do Partido Democrata. Em 30 de setembro, um artigo do conselho editorial do jornal se debruçou sobre o que entende ser perigoso para a democracia americana caso Trump volte à Casa Branca.
Disse que "é difícil imaginar um candidato menos merecedor do cargo de presidente dos EUA que Donald Trump", e que essa razão, "a despeito de discordâncias políticas", faz de Kamala "a única escolha patriótica" para o cargo.
Sobre a democrata, o editorial de setembro diz: "ela não é a candidata perfeita para cada eleitor, em especial aqueles frustrados e irritados com a incapacidade do governo de consertar o que está quebrado: do nosso sistema de imigração a escolas públicas e violência armada. Mas instamos o povo americano a comparar o histórico [de Kamala] com o de seu oponente".
O jornal contrastou ainda o passado da vice-presidente como procuradora com as condenações de Trump na Justiça, que o republicano diz serem resultado de perseguição política. Também apontou falas do ex-presidente que indicariam que ele pretende "destruir os valores, desafiar as normas e desmontar as instituições que tornaram o país forte".
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