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Hunter Biden

Biden concede perdão a filho após dizer que respeitaria resultado de julgamento

Julia Chaib - Folhapress
02 dez 2024 às 08:45

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O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, assinou uma ordem neste domingo (1º) para perdoar seu filho Hunter Biden, condenado por mentir sobre o fato de que usava drogas ao comprar uma arma em outubro de 2018 e por possuí-la de forma ilegal por 11 dias.

Em junho, dias antes da condenação de Hunter, Biden disse que aceitaria o resultado do julgamento e que não daria o indulto presidencial a ele. O democrata, porém, mudou de ideia. O presidente justificou o perdão dizendo que o filho foi alvo de um tratamento diferenciado pela Justiça.

"Hoje, eu assinei o perdão para o meu filho Hunter. Desde o dia em que assumi o cargo, eu disse que não interferiria nas decisões do Departamento de Justiça e mantive minha palavra, mesmo ao ver meu filho sendo processado de forma seletiva e injusta. Está claro que Hunter foi tratado de maneira diferente", disse Biden, em pronunciamento divulgado pela Casa Branca.

O presidente afirma que as acusações contra o filho surgiram só depois que oponentes políticos passaram a atacá-lo.

"Nenhuma pessoa razoável que olhe para os fatos dos casos de Hunter pode chegar a outra conclusão senão que Hunter foi alvo apenas porque é meu filho -e isso é errado. Houve uma tentativa de destruir Hunter- que está há cinco anos e meio sóbrio, mesmo diante de ataques implacáveis e processos seletivos. Ao tentar destruir Hunter, tentaram me destruir- e não há razão para acreditar que isso vai parar por aqui. Já basta."

O presidente afirma que casos semelhantes ao de seu filho tiveram solução não criminal, o que seria mais um elemento de que houve parcialidade no caso de Hunter. Para Biden, a "política pura" infectou o sistema e levou a uma injustiça no caso do seu filho.

Hunter foi julgado em junho por um júri composto por 12 membros em um tribunal federal de Wilmington, no estado de Delaware. Ele foi considerado culpado dos três delitos pelos quais foi acusado e se tornou o primeiro filho de um presidente americano em exercício a ser condenado em processo criminal.

O filho de Biden foi acusado em 2023 de mentir ao não mencionar a informação de uso de drogas ilegais quando comprou um revólver Colt Cobra, calibre 38, e de possuir ilegalmente a arma por 11 dias em outubro de 2018. O caso foi apresentado pelo procurador especial David Weiss, indicado por Donald Trump.

Promotores mencionaram o uso de crack e a dependência de Hunter ao longo dos anos, fatos abordados publicamente por ele e parte relevante de sua autobiografia de 2021, "Beautiful Things". Ele disse em uma audiência no ano passado que estava sóbrio desde meados de 2019.

Com a decisão, Biden poupa seu filho de ter de cumprir pena. A sentença de Hunter ainda precisava ser decretada. Se pegasse a pena máxima, ele teria de cumprir até 25 anos de prisão, embora réus primários geralmente recebam sentenças menores. Além disso, condenados que não tenham usado sua arma para cometer crimes não costumam ficar presos.

Biden ocupará o cargo até 20 de janeiro, quando ocorrerá a posse de Trump, eleito no começo o próximo presidente dos EUA.

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