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Tremores matam seis e desabrigam milhares na Itália

20 mai 2012 às 17:27

Cerca de 3 mil pessoas foram retiradas neste domingo (20) de suas casas na região da Emilia-Romana, no Nordeste de Itália, onde dois fortes tremores foram registrados. O primeiro, de magnitude 5,9 graus na escala Richter, ocorreu pouco antes da meia-noite deste sábado (19), no horário de Brasília, e causou pelo menos seis mortes. O segundo, uma réplica violenta de 4,9 graus na escala Richter, ocorreu pouco mais de uma hora depois.

Pelo horário local, os abalos ocorreram de madrugada, entre as 4h e as 5h, sendo que também foram sentidos abalos menores de 3,3 e 2,9 graus na sequência do primeiro grande tremor. Segundo a Defesa Civil italiana, as evacuações ocorreram na região de Modena, onde 500 pessoas tiveram de abandonar as suas casas, na zona de Ferrara. As autoridades também tiveram de retirar 500 detidos da prisão de Ferrara.


O segundo abalo de maior intensidade atingiu o centro de Sant’Agostino de Ferrara, causando o colapso de outra parte do edifício da câmara municipal, já bastante danificado pelos tremores de terra anteriores. Esse novo tremor ocorreu pouco depois da 1h deste domingo (20), pelo horário de Brasília.


O primeiro tremor mais forte feriu 50 pessoas e causou vários danos materiais, principalmente em edifícios históricos. Esse abalo teve epicentro a 36 quilômetros de Bolonha, capital da região de Emilia-Romana. O Ministério da Cultura informou que "os danos ao patrimônio cultural são importantes", principalmente em Ferrara. Nesta cidade, cujo centro histórico é considerado patrimônio mundial da humanidade, o terremoto atingiu o Castelo de Este, construído em 1385, e uma praça, a Savonarole. O Pátio Ercole, um dos mais importantes elementos arquitetônicos da Bolsa do Comércio, do século 18, desabou.


A Defesa Civil também constatou danos nas igrejas San Carlo e Santa Maria in Vado. Várias igrejas da região apresentam fissuras ou buracos nas fachadas. Em sua oração dominical, o papa Bento XVI transmitiu "pensamentos afetuosos" aos italianos, pedindo "misericórdia para os mortos e o alívio do sofrimento dos feridos".


O primeiro-ministro italiano, Mario Monti, decidiu antecipar a volta da Cúpula da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), que ocorre em Chicago, para acompanhar os trabalhos de resgate das vítimas e também as investigações sobre a explosão que ocorreu ontem (19) em Brindisi, em uma escola secundária. Uma adolescente de 16 anos morreu e cinco alunos ficaram feridos. Acredita-se que foi um atentado.


"Devido aos graves acontecimentos de que tem conhecimento, o primeiro-ministro vai participar só no primeiro dia dos trabalhos [da Cúpula da Otan], deixando como representante o ministro dos Negócios Estrangeiros, Giulio Terzi", afirmou uma porta-voz do gabinete de Mario Monti. A cúpula começou hoje e tem o objetivo de encontrar uma estratégia para a resolução do conflito no Afeganistão, depois de mais de uma década de guerra.

Hoje, o presidente francês, François Hollande, exprimiu "profunda simpatia" e "plena solidariedade" da França, após o terremoto que atingiu a Itália. "Nesta nova provação que atingiu Itália, transmito, em nome da França, às autoridades e ao povo italianos, a nossa profunda simpatia e plena solidariedade", escreveu o chefe de Estado.


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