O delegado Nicola Romanini continuará preso. O presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro Nilson Naves indeferiu a liminar pedida pela defesa do delegado para que ele aguardasse o julgamento em liberdade.
Ele está recolhido no Presídio Especial da Polícia Civil desde setembro deste ano, acusado de pertencer à chamada Máfia dos Cigarros, em São Paulo.
Romanini foi preso após a investigação deflagrada para apurar as atividades de Roberto Eleutério, conhecido como Lobão, envolvendo falsificação de cigarros e contrabando ou descaminho em geral, ter resultado em investigação local (em São Paulo) determinada pela juíza corregedora da Capital em 12 de setembro.
Já no dia 15, o delegado da Polícia Civil teve sua prisão preventiva decretada, tendo imediatamente se apresentado para o cumprimento da ordem.
Alega a defesa que, embora decretado segredo de justiça, a imprensa "tal qual tempestade inundou a sociedade com informes obtidos de forma privilegiada (e salvo melhor juízo, ilegalmente), criando um obstáculo intransponível para a defesa, fruto do falso clamor impingido".
Segundo noticiado pela imprensa, uma delegacia de São Paulo receberia "salário" da máfia dos cigarros para não interferir na rota de transporte da quadrilha.
Acusava cinco policiais civis de dividir cerca de 500 mil reais por ano do mesmo esquema criminoso, pagos em parcelas mensais, para escoltarem cargas da quadrilha.
A descoberta da suposta estrutura de apoio policial teria sido feita pelo Ministério Público Federal por acaso, a partir de 40 mil conversas telefônicas gravadas com ordens judiciais, envolvendo cerca de 500 números monitorados.
O esquema de cigarros movimentaria aproximadamente dois milhões de dólares americanos por semana. Do Paraguai, as cargas chegavam a São Paulo, o maior centro consumidor, depois seguiam para outros estados, principalmente os do Nordeste.