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Saúde recomenda vacina contra a febre amarela

22 fev 2003 às 16:26

Turistas que pretendem passar o feriado do Carnaval nas cachoeiras e matas brasileiras devem tomar a vacina contra a febre amarela silvestre dez dias antes da viagem.

A recomendação é do diretor do Centro Nacional de Epidemiologia da Fundação Nacional de Saúde, Jarbas Vasconcelos, advertindo que a única forma de evitar a ocorrência da doença é a vacinação, que está disponível nos postos de saúde do País, gratuitamente, em qualquer época do ano.


Em entrevista à Radiobrás, ele explicou que é obrigatória a vacinação para quem tem contato com florestas. "Em todas as áreas em que há macacos é possível que exista o vírus da febre amarela silvestre. Temos encontrado macacos na Amazônia; nas matas das regiões Centro-Oeste, oeste da Bahia, noroeste e triangulo mineiro, noroeste de São Paulo, oeste do Paraná, oeste de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul", disse.


Caso a pessoa entre na mata para pescar, fazer trilha, tomar banho de cachoeira, trabalhar, se houver um macaco infectado na região, o mosquito poderá picar o animal doente e levar o vírus até a pessoa.


A vacina protege o indivíduo pelo menos durante dez anos. Desde 1998, quando foi decidida a intensificação da vacinação contra a febre amarela no Brasil, mais de 61 milhões de pessoas foram vacinadas.


"Temos encontrado dificuldades, principalmente, em adulto jovem do sexo masculino que não toma a vacina por achar que vai ter de passar seis meses sem beber álcool. E isso não é verdade. Nos primeiros 15 dias da vacina, enquanto estão se formando os anticorpos, é recomendado que a pessoa evite excesso, mas ela pode ter uma vida normal nesse período e beber moderamente", afirmou.


A febre amarela é uma doença infecciosa aguda, de natureza viral, encontrada em países da África e Américas Central e do Sul, caracterizando-se clinicamente por manifestações de insuficiência hepática e renal, e podendo levar à morte, em cerca de uma semana.


A doença amarela tem dois tipos de ocorrências. Uma é a urbana, que não existe mais no Brasil. A outra é a febre amarela silvestre, que não pode ser erradicada, e tem sido objeto de intervenções visando seu controle. No ano passado, houve 20 óbitos.


O agente causador da febre amarela é o vírus amarílico, um arbovírus pertencente ao gênero Flavivirus, família Flaviviridae. A febre amarela silvestre da América Tropical apresenta anualmente 100 a 200 casos, na parte setentrional da América do Sul e na bacia Amazônica, incluindo as grandes planícies da Colômbia e as Regiões Orientais do Peru e da Bolívia.


Ocasionalmente, a doença tem-se apresentado em todos os países do continente americano, desde o México até a Argentina, com exceção de El Salvador, Uruguai e Chile.

A idade, o sexo e a ocupação são fatores de risco importantes, uma vez que a grande maioria dos casos ocorre entre adultos de 16 a 35 anos. A freqüência de casos é seis vezes maior no sexo masculino. Migrantes não imunizados, oriundos de áreas indenes da doença, que desenvolvem atividades agrícolas, constituem um dos grupos de alto risco.


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