As forças de segurança da Venezuela dissolveram nesta segunda-feira (10), pela quinta vez nos últimos dez dias, uma passeata de opositores do governo de Nicolás Maduro que tinha centenas de participantes e pretendia seguir rumo ao centro da cidade para protestar contra o Tribunal Supremo de Justiça (TSJ). As informações são da agência EFE.
Dezenas de membros da Polícia Nacional Bolivariana e da Guarda Nacional Bolivariana fecharam novamente os acessos ao município de Libertador - um dos cinco que formam Caracas e onde fica a sede dos poderes públicos na Venezuela - governado pelo chavista Jorge Rodríguez, que afirmou que as mobilizações visam gerar violência nesta parte da capital.
"Manifestantes são reprimidos com bombas de gás lacrimogêneo pelas forças de segurança", afirmou no Twitter a aliança partidária opositora Mesa da Unidade Democrática.
O deputado oposicionista José Manuel Olivares compartilhou imagens no Twitter em que é possível ver enormes engarrafamentos que, segundo ele, foram produzidos com o propósito de evitar que os opositores cheguem à capital. "Não há obstáculo que evite nossa presença na rua, protestando de maneira pacífica contra o golpe de Estado!!!!", escreveu.
O parlamentar Tomás Guanipa também ressaltou no Twitter que, apesar dos bloqueios, "o povo continuará nas ruas".
Metrô fechado
O Metrô de Caracas informou nesta segunda-feira que 18 de suas estações subterrâneas e 19 de suas rotas terrestres de metrobus estarão fechadas "para a segurança" dos usuários devido à manifestação opositora prevista.
Através do Twitter, o Metrô de Caracas detalhou as estações que "não vão abrir" nesta segunda-feira, entre elas Chacaíto, Chacao e Sabana Grande, os três acessos do trem subterrâneo mais próximos do ponto de concentração dos opositores que se manifestarão contra o Tribunal Supremo de Justiça.
"Golpe de Estado"
As manifestações são em apoio à Assembleia Nacional, que na semana passada iniciou um processo para remover sete juízes do TSJ devido a uma sentença que estes emitiram que tirava as funções do Legislativo e limitava a imunidade parlamentar. O parlamento considera que este ato do Supremo é um "golpe de Estado".