Aconteceu nesta quinta-feira, no Cemitério do Cacuia, na Ilha do Governador, Zona Norte, o enterro de José Ricardo da Silva Rangel e Paulo Freitas de Barros. Eles estão entre os 12 mortos da madrugada de quarta-feira durante confronto entre traficantes pelo controle do Morro do Dendê.
Uma viatura do 17º BPM (Ilha do Governador) fez a segurança na entrada do cemitério. O comércio no bairro está funcionando normalmente. Quatrocentos homens da Polícia Militar e 200 policiais civis fazem operação nos Morros do Dendê e Querosene e nas proximidades.
A guerra pelo controle do tráfico no Morro do Dendê, que se estendeu das 21h de terça-feira até o fim da madrugada de ontem, alterou com tiros, gritaria e corre-corre a rotina dos moradores da Ilha.
Ao amanhecer, as conseqüências da batalha podiam ser vistas: a PM encontrou 12 corpos de bandidos em três pontos do bairro, e pelo menos 1.500 estabelecimentos comerciais foram obrigados a fechar as portas nas regiões do Dendê, Cocotá, Tauá e Cacuia.
Na favela, Eliane Silva Magalhães, 11 anos, sobrinha de um dos mortos, foi baleada de raspão na perna direita.
O confronto foi desencadeado entre bandidos da própria quadrilha do morro, da facção criminosa Terceiro Comando (TC), que disputam entre si o poder.
À noite, assustados com o barulho dos tiros, moradores de ruas nas proximidades da favela correram para dentro de casa e muitos não conseguiram dormir.
Pela manhã, criminosos ordenaram o fechamento do comércio. A PM não interferiu no confronto e, também de manhã, ocupou o morro por tempo indeterminado, com 500 homens de cinco batalhões.
O comandante do 17º BPM (Ilha), tenente-coronel Pedro Paulo da Silva, transferiu seu gabinete para o Dendê.
Fonte: iG, parceiro do Bonde