A Petrobras deve implantar uma unidade de produção de biodiesel no município de São Mateus do Sul, região sul do Paraná. Atualmente, a estatal tem no local uma usina de produção de carvão vegetal extraído de xisto. As informações são do Portal do Agronegócio.
Segundo a Petrobras, o município está sendo avaliado, "considerando-se o potencial e custos da produção agrícola, o mercado de biodiesel e demais co-produtos, assim como condições logísticas existentes na região".
Um protocolo de intenções assinado entre a Petrobras e governo do estado, Secretaria de Agricultura, Emater (Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural) e Iapar (Instituto Agronômico do Paraná) permitiu a realização de estudos de viabilidade técnica e econômica no local. No dia 15 de setembro, será realizada uma reunião entre as partes envolvidas, quando serão definidas as características e metas do projeto.
A Petrobras quer alcançar a produção de 855 mil metros cúbicos por ano de biodiesel em 2011. Para isso, já definiu a localização das suas três primeiras plantas: Quixadá (CE), Candeias (BA) e Montes Claros (MG). A empresa avalia ainda a participação em mais nove projetos, sendo os mais avançados os três que ficarão na Região Sul. Uma dessas unidades será no Paraná. Segundo a Petrobras, as unidades no Sul são os projetos mais avançados. As plantas teriam capacidade para 113 mil metros cúbicos por ano, cada, e teriam como fontes de suprimento o girassol, a soja e a mamona, além do nabo forrageiro.
Investimentos privados - Na iniciativa privada, três unidades de produção de biocombustível estão sendo finalizadas no Paraná. A Biolix, em Rolândia, na região norte, já está em funcionamento. A capacidade de produção da empresa é de 30 mil litros por dia de óleo biocombustível extraído de oleaginosas como soja e nabo forrageiro.
A lei para a inserção de 2% de biodiesel nos combustíveis vendidos ao consumidor está prevista para vigorar em 2008, e o teor de 5%, a partir de 2013. O prazo estabelecido, que pode ser adiantado pelo governo, restringe os planos de indústrias como a Biopetro, também de Rolândia.
A Jandeli, que deve utilizar gordura de aves para produzir o combustível, a Nutriara, e a Cooperativa Agroindustrial de Maringá (Cocamar) também postergam o anúncio de investimentos. A Cocamar planeja colocar em funcionamento uma unidade de transformação de resíduos de soja exclusiva para biocombustíveis em 2007.
O proprietário da Biolix, Antônio dos Reis Félix, empresário do setor de distribuição, conta que o potencial do mercado motivou a introdução de uma matéria-prima, além das oleaginosas, que nunca teria sido utilizada.
"Os resultados dos primeiros testes com essa nova fonte são excelentes, mas ainda estamos patenteando o projeto para depois divulgá-lo", diz ele. Até agora, foram investidos R$ 20 milhões nas instalações, que se adaptam à produção de combustível com gordura animal.
Preço baixo - Da Biolix, o combustível sai por um preço na faixa de R$ 1,55 o litro, considerado baixo pelo empresário Félix. "Sem o mercado estar formado, os preços ainda estão incertos", diz ele. O preço pago pela Petrobras nos leilões de compra antecipada de biocombustível está em R$ 1,75/l.
A Prefeitura de Rolândia já autorizou a doação de um terreno para a ampliação da empresa. "O biocombustível é um mercado de futuro, e representa uma alternativa para a pequena agricultura, que pode diversificar a produção para não depender da monocultura", comenta o secretário de Desenvolvimento Econômico estadual, Jorge Lehmann.