Pesquisa sobre composição da dieta alimentar e do estado nutricional feitos pelo IBGE em parceria com o Ministério da Saúde mostra que a obesidade é um problema mais grave que a desnutrição no Brasil.
Segundo a pesquisa, a freqüência do excesso de peso na população supera em oito vezes o déficit de peso entre as mulheres e em quinze vezes o da população masculina. Num universo de 95,5 milhões de pessoas de 20 anos ou mais de idade há 3,8 milhões de pessoas (4,0%) com déficit de peso e 38,8 milhões (40,6%) com excesso de peso, das quais 10,5 milhões são consideradas obesas.
A pesquisa 2002-2003 revela que a população adulta brasileira, quando observada no seu todo, não está exposta aos riscos de desnutrição, sendo a taxa de 4% compatível com os padrões internacionais, uma proporção esperada de indivíduos que são constitucionalmente magros.
Mais velho, mais obeso
O excesso de peso tende a aumentar com a idade, de modo mais rápido para os homens: 48,3% entre 35 e 44 anos e 51,5% de 45 a 54 anos. Nas mulheres, o efeito é mais lento, porém mais prolongado: 41,4% entre 35 e 44 anos e 57,5% entre 55 e 64 anos.
Os obesos representam hoje cerca de 20% do total de homens com excesso de peso e cerca de um terço do total de mulheres com excesso de peso.
Em 30 anos, excesso de peso entre homens duplicou
O excesso de peso e a obesidade aumentam contínua e intensamente na população masculina. Em 1974, o problema da obesidade era praticamente inexistente na população masculina. Em 2003, duplicou o percentual de homens com excesso de peso (de 18,6% para 41%) e triplicou o de obesos (de. 2,8 para 8,8%). Até 1989, os percentuais de excesso de peso e obesidade, entre os homens, eram bastante inferiores àqueles observados para as mulheres. Em 2003, estes percentuais praticamente se igualaram.
Por outro lado, o excesso de peso e a obesidade entre as mulheres cresceram 50% de 1974 a 1989 e mantiveram-se estáveis entre 1989 e 2003. Com exceção do Nordeste, onde continuou o aumento do excesso de peso e da obesidade entre as mulheres, nas demais regiões, houve estabilidade ou declínio das taxas.
Fonte: IBGE e FolhaOnline