Pelo menos três mil pessoas morreram na passagem de um forte ciclone por Bangladesh, na última quinta-feira, indicam as mais recentes estimativas oficiais. A Cruz Vermelha estimou neste domingo (18) que o número de vítimas fatais pode chegar a 10 mil.
Três dias após a desvatadora passagem de Sidr pela costa sul do país, equipes de resgate ainda enfrentam dificuldades para chegar a milhares de sobreviventes.
Os socorristas utilizam navios e helicópteros para alcançar áreas atingidas onde o acesso por terra está prejudicado, com estradas bloqueadas por destroços e linhas de telefone e eletricidade cortadas.
Parte dos sobreviventes não come desde que o ciclone passou por Bangladesh, outros ainda esperam a atenção médica que precisam.
Como parte dos esforços de reconstrução, a energia começa a ser restaurada na capital, Dhaka, e em outras cidades.
Elefantes também estão sendo usados para retirar os destroços mais pesados de algumas estradas.
A força da tempestade, com ventos de até 240 km/h, destruiu fontes importantes de alimentos. Autoridades dizem que em várias áreas 95% do arroz que aguardava a colheita foi destruído.
O Programa Mundial de Alimentos da ONU enviou suprimentos de emergência para 400 mil pessoas. O governo, o Crescente Vermelho e outras ONGs também enviaram equipes para o país.
Segundo a ONU, as necessidades mais urgentes são de comida, tabletes para purificação de água e remédios.
Retirada - Segundo as autoridades, cerca de 650 mil pessoas foram retiradas de suas casas antes da chegada do ciclone.
Muitas conseguiram chegar a abrigos improvisados em escolas e mesquitas no interior do país.
Alaistar Lawson, enviado especial da BBC a uma das cidades atingidas, Mongla, diz que os moradores acreditam que um sistema de alerta de ciclones ajudou a salvar muitas vidas.
Em Bangladesh, os ciclones são comuns, mas este é o mais devastador desta estação, segundo as autoridades locais.
O sistema de alerta, assim como a rede de abrigos, foram criados em 1970, quando um ciclone matou mais de 500 mil pessoas no país.