Quase 30% dos adultos que vivem no campo no Brasil são analfabetos, enquanto na cidade esse índice é de 10,3%.
É o que diz o estudo divulgado nesta quinta-feira "Referências para uma política nacional de educação no campo", elaborado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep/MEC).
De acordo com o estudo, a escolaridade média da população de 15 anos ou mais que vive na zona rural é de 3,4 anos e corresponde a quase metade da estimada para a urbana, que é de 7 anos.
Dos estudantes de 10 a 14 anos, 23% estão na série adequada à sua idade, taxa que na área urbana é de 47%. As desigualdades educacionais ajudam a explicar a diferença de renda. Um chefe de família recebe, em médio, R$ 328, que é 38% menor do que é pago na zona urbana, de R$ 854.
Da população de 15 a 17 anos, que totalizam 2,2 milhões de pessoas, 34% não freqüentam a escola. Entre os matriculados, apenas 12,9% estão no ensino médio, nível adequado para a idade.
Em relação à infra-estrutura, as escolas rurais também estão em desvantagem. Enquanto na área urbana, 58,6% dos estabelecimentos de ensino têm biblioteca, essa é a realidade em apenas 5,2% das escolas do campo.
O mesmo cenário é verificado quanto a laboratórios de informática (27,9% e 0,5%), microcomputadores (66% e 4,2%) e laboratórios de Ciências (18,3% e 0,5%).