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Mortos em tsunami na Indonésia sobe para 311

28 out 2010 às 08:56

Equipes de resgate na Indonésia estão enfrentando o mau tempo para tentar chegar a 11 vilarejos que teriam sido devastados pelo tsunami que atingiu o remoto arquipélago de Mentawai, próximo à costa da Ilha de Sumatra (oeste do país).

Outras 13 vilas foram completamente destruídas pelas ondas de 3 metros de altura causadas por um terremoto de magnitude 7,7, ocorrido na segunda-feira.


O total de mortos já chega a 311 e pelo menos 400 pessoas ainda estão desaparecidas. Segundo funcionários da agência para gerenciamento de desastres, cerca de 16 mil moradores das ilhas foram levados para regiões de maior altitude, longe do litoral.


O primeiro avião levando tendas, remédios, alimentos e roupas para os desabrigados pousou na região na quarta-feira.


Devastação


As primeiras imagens da destruição causada pelo tsunami, filmadas com telefones celulares, mostram corpos sendo retirados de áreas vazias onde antes havia casas e escolas.


Helicópteros levando altos funcionários do governo indonésio às ilhas também registraram imagens aéreas de prédios completamente destruídos.


A centenas de quilômetros de distância, na Ilha de Java, um enterro coletivo foi realizado para cerca de vinte vítimas da erupção vulcânica no Monte Merapi, que começou pouco após o tsunami.


A série de tragédias forçou o presidente indonésio Susilo Bambang Yudhoyono a antecipar a volta de uma viagem ao exterior.


Yudhoyono visitou a região afetada pelo tsunami nesta quarta-feira para observar os trabalhos de resgate.


Sistema de alerta


Os moradores das Ilhas Mentawai não receberam nenhum alerta sobre a chegada das ondas gigantes porque o sistema criado após o violento tsunami de 2004 não estava funcionando.


Fauzi, o chefe da Agência de Meteorologia e Geofísica da Indonésia, disse à agência de notícias Associated Press que o sistema de alerta começou a apresentar problemas em 2009 e estava completamente inoperante no mês passado.


"Nós não temos o conhecimento necessário para monitorar as boias de forma que o sistema funcione como planejado", disse Fauzi.


Vulcão


Enquanto isso, ao menos 14 mil pessoas na região central da Ilha de Java (a leste da região atingida pelo tsunami) foram levadas a abrigos para escapar do vulcão Merapi, cuja erupção, ocorrida poucas horas depois do tsunami, causou mais de 20 mortes e cobriu vilas inteiras de cinzas.


Um integrante das equipes de resgate, Christian Awuy, havia dito à BBC que temia que até 50 pessoas estivessem mortas. Dezenas de outros moradores teriam sofrido queimaduras.


O especialista em vulcões do governo indonésio Subandrio explicou que a atividade vulcânica parece ter diminuído no Merapi, mas adverte que pode haver mais erupções em breve. O problema, segundo ele, é que não é possível prever quando isso deve acontecer e qual será a intensidade das novas erupções.


A Indonésia fica no Círculo de Fogo do Pacífico, uma área onde há um grande número de terremotos e uma forte atividade vulcânica.


Os desastres naturais desta semana acontecem seis anos depois do violento tsunami de 2004, considerado uma das piores catástrofes dos tempos modernos, que deixou mais de 250 mil mortos em 13 países, incluindo Indonésia, Tailândia, Sri Lanka e Índia.


Em setembro de 2009, mais de mil pessoas foram mortas depois de um terremoto próximo a Sumatra.


Em 1930, uma erupção vulcânica no Monte Merapi destruiu 13 vilarejos, matando mais de mil pessoas.


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