O traficante André da Cruz Barbosa, o André Capeta, de 21 anos, um dos indiciados pelo assassinato do jornalista Tim Lopes, morreu na madrugada de ontem com um tiro na cabeça na Vila Cruzeiro, na zona norte do Rio.
As circunstâncias ainda não foram esclarecidas, mas a polícia defende a hipótese de suicídio. Os comparsas de Capeta chegaram a obrigar um bombeiro a levá-lo numa ambulância para um hospital. Ele foi o segundo bandido acusado da morte do repórter morto em cinco dias.
O cabo bombeiro Luís Gustavo Rangel Euzébio, que é vizinho da mãe de André Capeta, Nivalda da Cruz Barbosa, na Vila Cruzeiro, contou que foi chamado em casa por um grupo de traficantes armados que o fizeram pedir uma ambulância para socorrer o bandido, que teria atirado contra a própria cabeça. Ele então ligou para o quartel de Ramos, que mandou um carro com uma equipe médica para a favela.
Os bandidos, que seguiram o veículo, lhe disseram para tentar registrar Capeta com o nome de João Roberto dos Santos. O bombeiro percorreu pelo menos cinco clínicas particulares da região, a mando dos criminosos, mas, como nenhuma delas aceitou tratá-lo, alegando não ter neurocirurgiões, ele foi levado para o Hospital Getúlio Vargas.
A Corregedoria do Corpo de Bombeiros abriu um inquérito para apurar a versão do cabo, que também foi ouvido na 22 Delegacia Policial (Penha). Ele pode responder por falsidade ideológica de terceiros e favorecimento pessoal.
Pelo inquérito policial que apura a execução de Tim Lopes, André Capeta capturou o repórter na Vila Cruzeiro e depois cortou suas pernas, em 2 de junho. Ele teria também mandado outros bandidos comprar o combustível para queimar o corpo do jornalista.
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