Delegados do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) de todo o Brasil, representantes da Via Campesina, da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e indígenas de diversas partes do país reuniram-se durante esta semana, em Luziânia, no estado de Goiás, para discutir o desenvolvimento econômico das terras indígenas.
A intenção foi encontrar soluções de sustentabilidade econômica das terras indígenas para que esses povos consigam viver em seus territórios produzindo sem comprometer os costumes.
É a 17ª Assembléia-Geral do Cimi que este ano veio com o tema Economias e Territórios Indígenas: tradição, nova realidade e utopia. A necessidade de discutir formas de gerar renda nas aldeias é importante para a proteção dos costumes indígenas, como avalia a antropóloga e professora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC), Lúcia Helena Rangel. "Falar de economia indígena e territórios indígenas é falar de situações que se contrapõem em um quadro amplo de criatividade e riqueza contra a forte pressão ambiental e pobreza".
Um exemplo que está dando certo vem dos indígenas Xukuru, que vivem próximos ao município de Pesqueira, em Pernambuco. O cacique Marcos Xukuru explica que sua etnia se divide em diferentes frentes de trabalho sustentáveis para conseguir movimentar a economia nas aldeias.
São cerca de 10 mil indígenas trabalhando para gerar renda. Segundo Marcos Xukuru, os resultados já podem ser vistos. "Na cidade de Pesqueira, temos cerca de 50 mil habitantes, praticamente metade de todos os produtos hortifrutigranjeiros consumidos por essas pessoas é produzido pelo povo Xukuru", afirma.
A assembléia-geral do Cimi é realizada de dois em dois anos e a cada quatro anos, a assembléia escolhe a nova direção do conselho. Neste ano, o bispo do Xingu, Dom Erwin Kräutler, foi reeleito presidente do Cimi.
ABr