Mais uma liderança popular ligada a questões populares foi assassinado no Pará. O sindicalista Soares da Costa Filho, do Sindicado dos Trabalhadores Rurais de Parauapebas (sudeste do Pará, a aproximadamente 450 quilometros de Belém), foi assassinado na manhã desta terça-feira (15) quando se dirigia de moto para o assentamento Carajás, do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).
Segundo a Comissão Pastoral da Terra no Pará, um grupo de pistoleiros esperava por Soares próximo ao assentamento quando ele chegava de moto.
No último sábado (12), a missionária norte-americana e naturalizada brasileira Dorothy Stang foi assassinada no município de Anapu (PA). Ela foi atingida por seis tiros. O primeiro, na nuca, causou morte instantânea. Mais três projéteis foram disparados nas costas da freira e dois pela frente.
O crime ocorreu quando Dorothy se dirigia a um encontro em que iria organizar um mutirão para construir um salão comunitário no assentamento Esperança, situado a 45 quilômetros de Anapu, onde residia há 27 anos.
O Ministério Público Federal (MPF) no Pará já havia avisado as autoridades do Estado sobre as ameaças de morte sofridas pela freira Dorothy Stang
Segundo o MPF, que acompanhava desde 1999 o trabalho da missionária um procedimento administrativo foi aberto na Procuradoria e registrando todos os conflitos que ocorreram na região.
Em uma carta de próprio punho, enviada em fevereiro de 2004 a diversas autoridades, Dorothy chamava a atenção para a presença constante de pistoleiros na área, que trabalhavam para comerciantes de terra e madeireiros.
Governo não enviará Força-Tarefa
Em reunião com várias ministros na manhã desta terça-feira (15) ficou decidido que o governo federal não vai enviar força-tarefa ao estado do Pará, onde no último sábado a missionária Dorothy Stang foi assassinada.
"O governo não vai anunciar pacote, não vai organizar força-tarefa porque a questão é permanente, não é conjuntural. O que nós precisamos é ir consolidando a política de zoneamento do estado", afirmou o ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu.
Fonte: Terra, Folha de Londrina e ABR