O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu perdão aos africanos pelo sofrimento imposto no período da escravidão, durante sua visita à Ilha de Gorée, na costa do Senegal. As informações são da ABr.
"Não tenho nenhuma responsabilidade pelo que aconteceu nos séculos 16, 17 e 18. Mas penso que é uma boa política dizer ao povo do Senegal e da África: perdão pelo que fizemos", disse Lula.
Lula afirmou que é muito importante que as crianças brasileiras aprendam que, se a África é hoje uma região atrasada em comparação ao primeiro mundo, não é porque o africano não tem competência ou não é inteligente. "É porque durante três séculos tirou-se desse território as pessoas mais fortes e com mais condições de trabalhar. Milhões deixaram esse continente por essa ‘porta do nunca mais’: a porta da morte". O presidente referia-se à porta pela qual os escravos eram jogados nos navios negreiros que partiam para a América.
Nos séculos XVII e XVIII, Gorée era a base de onde os escravos partiam para outros países. Hoje tem 1.200 habitantes e um museu sobre a escravidão, conhecido como "escravaria". Lá existe o registro de que as crianças eram vendidas em troca de espelhos, e mulheres virgens ou homens com mais de 60 quilos, por um barril de rum.
Lula retorna ao Brasil ainda nesta quinta-feira.