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Lula indica o primeiro negro para vaga no STF

07 mai 2003 às 16:08

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou nesta quarta-feira, no Palácio do Planalto, o nome de mais dois futuros ministros do Supremo Tribunal Federal: Joaquim Benedito Barbosa Gomes, sub-procurador da República no estado do Rio de Janeiro, e Antonio Cézar Peluzo, desembargador e membro efetivo do Órgão Especial do Tribunal de Justiça do estado de São Paulo.

O presidente disse que o requisito utilizado para escolha dos nomes foi a capacidade profissional. Nos últimos cinco meses, o presidente recebeu mais de 400 nomes para ser indicado ao cargo de ministro do STF.


Lula disse ainda que foi muito importante a participação dos ministros da Justiça, Márcio Thomaz Bastos e da Casa Civil, José Dirceu, e do Advogado Geral da União, Álvaro Augusto Ribeiro Costa.


"O Poder Judiciário precisa conquistar muito mais prestígio junto à opinião pública. Estou muito contente com as escolhas porque o país precisa de muita tranquilidade e seriedade para que nós possamos levar avante as reformas que nos precisamos no Brasil", declarou Lula.


Peluzo e Barbosa Gomes ressaltaram, em entrevista, o fato de não conhecerem o presidente ou os ministros antes da indicações. Eles afirmaram que se sentiram honrados com a escolha.


Barbosa Gomes é o primeiro negro a ser indicado para uma cadeira na mais alta corte da Justiça brasileira. Ele e Peluzo serão sabatinados pelo Senado, que votará as indicações.


"É uma imensa honra e um desafio na medida em que a nomeação de uma pessoa com as minhas características sociais tenha um peso significativos para certos segmentos da sociedade que se verão inspirados em mim. Eu vejo a minha indicação como um fato de grande significação que sinaliza para a sociedade o fim de certas barreiras visíveis e invisíveis", disse Barbosa Gomes.


Os juristas disseram que só irão se pronunciar sobre as reformas tributária, da Previdência e do Judiciário durante a sabatina a que serão submetidos no Senado.

"Há certos assuntos sobre os quais, por uma questão de ética, eu prefiro não me pronunciar porque senão estaria antecipando, de certo modo, a sabatina do Senado. Eu tenha a impressão de que seria uma certa descortesia com o Senado", disse Peluzo.


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