Por mais que se fale sobre o assunto, os brasileiros ainda não aprenderam a cuidar do coração. Morrem por ano no Brasil 140 mil pessoas de infarto e 130 mil de derrames. Esses são os principais tipos de doenças cardiovasculares.
Por que será que depois de tanto se falar sobre os males que afligem o coração a população ainda padece tanto desse mal? "No Brasil, falta detectar os fatores de risco e controlá-los adequadamente", explica Álvaro Avezum, diretor de pesquisa do Instituto de Cardiologia Dante Pazzanese de São Paulo e diretor de Promoção de Saúde Cardiovascular da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC/Funcor). "Fator de risco não dói. Por isso é difícil diagnosticar e tratar problemas como hipertensão ou colesterol elevado", afirma.
Segundo o médico, é preciso passar a informação correta para a população, desmistificar algumas lendas populares e focar no que realmente importa. Veja abaixo alguns dos principais mitos sobre as doenças cardiovasculares:
Mito: É impossível prevenir a doença cardiovascular
Fato: Há fatores não controláveis, como histórico familiar, idade e fator genético. Porém, existem fatores que podem e devem ser controlados e que minimizam o impacto da doença cardiovascular. É possível prevenir infartos e derrames por meio do controle rígido dos principais fatores de risco, que são colesterol elevado, hipertensão, tabagismo, diabetes, obesidade, estresse e depressão. Isso permitiria reduzir em 90% os casos de infartos e derrames. Para evitar o aparecimento dos fatores de risco, é importante manter hábitos saudáveis, como prática regular de exercícios e dieta equilibrada.
Mito: Doenças cardiovasculares só ocorrem em países ricos
Fato: Enquanto os países desenvolvidos apresentam decréscimo na mortalidade e na incapacitação decorrente de eventos cardiovasculares, as nações em desenvolvimento, como o Brasil, registram aumento contínuo de casos e mortalidade. Estima-se que até 2010, 80% do impacto negativo das doenças cardiovasculares no mundo virá dos países em desenvolvimento. A principal causa de morte no Brasil é a doença cardiovascular, responsável por 32% dos óbitos no País.
Mito: Doenças cardiovasculares são típicas dos homens
Fato: Ao contrário do que se acreditava, as mulheres também estão expostas aos mesmos fatores de risco que os homens. Infartos e derrames são a principal causa de morte nas mulheres. O coração mata oito vezes mais que o câncer de mama.
Mito: As doenças cardiovasculares acometem apenas os idosos
Fato: O risco de desenvolvimento de uma doença cardiovascular aumenta com a idade. Quanto mais idosa for a pessoa, maior a incidência. No entanto, pessoas mais novas estão cada vez mais sendo internadas por problemas cardiovasculares. Isso ocorre por falta de controle dos fatores de risco. Em pessoas com menos de 50 anos, doenças como hipertensão e colesterol alto têm um impacto maior do que nas mais velhas. Ou seja, o mesmo fator de risco afeta de maneira mais significativa o jovem do que o idoso. Como conseqüência, jovens podem sofrer infartos e derrames cada vez mais cedo.
Mito: Todo infarto ou derrame é acompanhado de sintomas
Fato: Muitas vezes, a primeira manifestação de um problema cardiovascular é o próprio infarto, que pode culminar em morte. Os sintomas das doenças cardiovasculares não são característicos. Os mais tradicionais são fortes dores no peito e falta de ar. Eles podem aparecer ou não.
Mito: É possível ter um infarto ou derrame sem apresentar fatores de risco
Fato: São raros os casos que não apresentam um fator de risco identificável. Os fatores de risco na sua maioria são modificáveis. Há sempre pelo menos um fator de risco presente no paciente que sofre infarto ou derrame.
Mito: Se eu não tenho histórico familiar, não tenho por que me preocupar com problemas cardiovasculares
Fato: Embora haja um fator genético associado às doenças cardiovasculares, há outros fatores que devem ser levados em conta, como colesterol elevado, hipertensão, tabagismo, obesidade, diabetes e sedentarismo. Esses fatores, principalmente em combinação, podem culminar em um infarto ou derrame, dependendo da localização do vaso afetado.
Fonte: AI Pfizer