Um presépio montado em Viareggio, balneário turístico situado na região italiana da Toscana, virou alvo de debates no país por incluir uma representação do menino Jesus na cor negra.
Segundo a vereadora Elisa Montemagni, do partido ultranacionalista Liga Norte, a tradição cedeu espaço à instrumentalização. "Não há dúvidas de que Jesus representa todos os cristãos e, seguramente, não é um problema a modalidade na qual ele é representado, mas me pergunto se é justo instrumentalizar uma tradição do nosso cristianismo", declarou.
Na visão de Montemagni, é "evidente" o caráter "propagandista" da ação, já que a cor da pele de Jesus no presépio é diferente das de José e Maria. Na página da vereadora no Facebook, um apoiador acrescentou: "vergonha, no ano que vem veremos uma mesquita no lugar da cabana". Outro usuário escreveu que "apenas um idiota" colocaria um menino negro no presépio.
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Por outro lado, Alessandro Santini, coordenador do partido conservador Força Itália (FI) na cidade, disse que não vê problemas, "até porque, um menino nascido em Belém, de pais de Nazaré e morto em Jerusalém não teria a pele branca, os cabelos loiros e os olhos azuis", afirmou.
Por sua vez, o prefeito de Viareggio, Giorgio Del Ghingaro, disse no Facebook que as estatuetas brancas eram furtadas assim que eram colocadas no presépio. "Uma alma boa levou um [Jesus] negro para ver se também o roubam. Talvez um ladrão arrependido, ou um cidadão não convencional que viu a manjedoura vazia. Nunca vamos saber, acontecem coisas estranhas no Natal", ironizou. (Ansa)