A greve dos funcionários públicos federais teve, em média, a adesão de 40% dos servidores em todo o país, conforme dados oficiais do movimento grevista divulgados nesta terça-feira. O percentual corresponde às expectativas divulgadas ontem pelos coordenadores do movimento contrário à reforma da Previdência.
No Banco Central, a paralisação de um dia em solidariedade à greve contou com a adesão de 30% do total de funcionários. Em Brasília, apenas 10% dos trabalhadores da autarquia pararam de trabalhar. A participação dos funcionários do BC foi maior no Rio de Janeiro - adesão e 90%.
A paralisação dos funcionários do BC não ameaçou atrapalhar o trabalho das mesas de operações de câmbio e do mercado aberto. Entretanto, obrigou o departamento responsável pela circulação de papel-moeda a apelar ao Banco do Brasil para suprir as necessidades de bancos.
Da mesma forma que os funcionários do BC, os fiscais da Previdência também decidiram para as atividades somente nesta terça. O presidente da Anfip (Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Previdência), Marcelo Oliveira, explicou que a entidade não acredita na retirada da reforma previdenciária da pauta do governo.
"Não somos contra a greve, nós nos solidarizamos com ela. Mas achamos que a proposta de reforma da Previdência não será retirada do Congresso porque seria um gesto de fraqueza do governo Lula e não achamos que é hora para uma greve por tempo indeterminado", disse.
Nas universidades federais, 17 instituições das 57 em todo o país paralisaram os trabalhos até o final da tarde. Algumas universidades, como a UnB (Universidade de Brasília), devem esperar o final do semestre letivo para iniciar a greve.
O governo ainda não divulgou os seus dados a respeito da greve. O ministro do Planejamento, Guido Mantega, pediu aos responsáveis pelos demais órgãos da administração federal que enviem dados sobre a paralisação de funcionários. Esses dados servirão para demonstrar o impacto do movimento no funcionamento da máquina administrativa.