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Google proibe anúncios que vendem trabalhos acadêmicos

22 mai 2007 às 17:20

Atendendo ao pedido de universidades, o site Google vai proibir, a partir do próximo mês (junho), anúncios que vendam trabalhos acadêmicos como teses e dissertações. Diversas universidades têm reclamado que alunos estão apresentando dissertações e ensaios padronizados vendidos pela internet.

As universidades elogiaram a medida tomada pelo site, que é uma das mais populares páginas de busca da internet.


Já empresas que vendem trabalhos acadêmicos alegam que a atividade é legítima e se disseram injustamente punidas. O Google já notificou as empresas.


Até R$ 20 mil


De acordo com o professor Drummond Boné, presidente da associação de universidades britânicas Universities UK, alguns trabalhos chegam a ser vendidos por 5 mil libras (cerca de R$ 20 mil). A entidade diz que 12 mil trabalhos acadêmicos são vendidos pela internet por ano.


As dissertações são escritas por acadêmicos freelancers ou por outros estudantes e podem ser facilmente identificados por softwares de plágio usados pelas universidades.


O Google disse que sua política de anúncios é "desenvolvida e avaliada de acordo com múltiplos fatores como considerações legais e culturais, além da experiência dos usuários e consumidores".


Um porta-voz da empresa disse que a proibição será adotada nos sites Google em todo o mundo. O Google já proíbe propagandas de alguns serviços considerados inaceitáveis pela empresa como armas, tabaco, documentos falsos, curas milagrosas e prostituição.


A empresa britânica Essaywritter.co.uk, que trabalha no ramo, criticou a decisão do Google, responsável por 80% dos seus clientes.


O diretor Matthew Wilson alega que a empresa está sendo punida apesar de atuar em um ramo legítimo e transparente, já que a Essaywritter.co.uk avisa os alunos que eles não devem usar o material de forma desonesta.


Wilson disse que um serviço que oferece ensaios exclusivos em tão pouco tempo por cerca de 70 libras (aproximadamente R$ 280) pode ajudar alunos que buscam auxílio extra.

Estudantes fora da Grã-Bretanha também consomem o serviço. Wilson disse que com a proibição dos anúncios no Google, o site de buscas vai acabar conduzindo muitos alunos a sites nocivos, acusados de enganar os seus clientes com ensaios de baixa qualidade.


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