Uma grande explosão atingiu uma usina nuclear do Japão que já tinha sido danificada pelo grande terremoto de sexta-feira (11).
A grande nuvem de fumaça foi vista saindo da usina nuclear de Fukushima.
Imagens da televisão japonesa mostraram uma grande explosão em um dos prédios da usina Fukushima 1, a cerca de 250 quilômetros a nordeste de Tóquio. Além da nuvem de fumaça, também podiam ser vistos destroços atirados para longe da construção.
O canal de televisão japonês NHK mostrou imagens da usina antes e depois do terremoto. Estas imagens parecem mostrar que a estrutura mais externa de uma das quatro construções da usina tinha desabado depois da explosão.
A Companhia Elétrica de Tóquio, operadora da usina, informou que quatro funcionários ficaram feridos.
Ainda não se sabe exatamente em que parte da usina ocorreu a explosão e qual foi sua causa. Mas, o secretário do Gabinete de Governo do Japão, Yukio Edano, informou que os especialistas estão tentando determinar os níveis de radiação no local.
O primeiro-ministro japonês, Naoto Kan, declarou estado de emergência em Fukushima 1 e 2, enquanto os engenheiros tentam confirmar se houve um derretimento em um dos reatores de uma das usinas.
Este é um procedimento automático depois que reatores nucleares são desligados em caso de terremoto, o que permite que as autoridades tomem medidas mais rápidas.
A usina nuclear de Fukushima foi uma das muitas instalações do Japão danificadas pelo forte terremoto e tsunami que atingiram o país.
Cidades e vilarejos inteiros foram destruídos pelo tremor de 8,9 de magnitude e por ondas de até 7 metros. Mais de mil pessoas morreram devido ao terremoto.
Mais de 200 mil pessoas estão em abrigos de emergência. Dezenas de milhares de soldados japoneses e centenas de navios e aeronaves foram enviados para os trabalhos de resgate.
Sistema de resfriamento
O estado de emergência nuclear foi declarado pelo governo japonês após o sistema de resfriamento de cinco usinas falhar e provocar o risco de um vazamento.
A Agência Nuclear do Japão informou neste sábado que foram detectados césio e iodo radioativos perto do reator número um da usina Fukushima 1. A agência informou ainda que isto pode indicar que os recipientes com combustível de urânio dentro do reator podem ter começado a derreter.
Na sexta-feira, o governo japonês tinha informado que os níveis de radiação dentro da usina aumentaram quatro mil vezes.
A pressão dentro de um dos seis Reatores de Água Fervente (BWRs, na sigla em inglês) na usina aumentou após o sistema de refrigeração ter sido danificado pelo terremoto. No portão da usina, a radiação aumentou oito vezes.
O calor produzido pela atividade nuclear dentro do núcleo do reator necessita ser dissipado, mesmo após seu desligamento.
Ar e vapor com radioatividade foram liberados de vários reatores das duas usinas para tentar aliviar os altos níveis de pressão. Mas, segundo o primeiro-ministro, Naoto Kan, os níveis de radioatividade no ar e vapor liberados eram "minúsculos".
Milhares de pessoas receberam ordens para se retirar da região em um raio de 20 quilômetros da usina de Fukushima. O correspondente da BBC na região Nick Ravenscroft foi parado pela polícia a 60 quilômetros da usina.
A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) afirmou que está tentando conseguir mais informações a respeito da situação na usina.