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Emergência de saúde pública global

Entenda o que é a nova variante de Mpox que pode comprometer os órgãos e ser mais letal

Patrícia Pasquini - Folhapress
20 ago 2024 às 16:41
- AEN
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O surto causado por uma mutação do vírus mpox mais letal colocou o mundo em alerta. A doença se espalhou pela República Democrática do Congo, pelos países vizinhos como Burundi, Quênia, Ruanda e Uganda, e já chegou a Suécia. Pela segunda vez em dois anos, a OMS (Organização Mundial da Saúde) declarou a Mpox uma emergência de saúde pública global.

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Existem dois grandes clados (grupos) do vírus identificados até agora. Na epidemia de 2022, o clado 2 se disseminou pela Europa e região das Américas. Menos agressivo, promovia uma doença mais leve.

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O clado 1, que não levou a essa epidemia, ficou restrito à República Democrática do Congo (RDC), na África. Este tipo mostrou ser mais agressivo, com maior mortalidade. Atualmente, há uma variante desse vírus chamada clado 1b.


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Essa forma parece ser bastante transmissível, letal e compromete com mais gravidade os órgãos vitais. O risco de óbito é maior. "Não há estudos que mostram se a nova cepa é mais transmissível que a de 2022, quando teve a epidemia. O que dá para afirmar é que a doença é mais grave do que a do surto de 2022", explica o médico Eduardo Medeiros, diretor científico da SPI (Sociedade Paulista de Infectologia).


De maneira geral, o vírus mpox é transmitido por relações sexuais, contato direto com as lesões e por gotículas. Abaixo, veja perguntas e respostas sobre a Mpox e as novas variantes.

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Veja as perguntas e respostas sobre a Mpox:


Quais os sintomas clássicos da Mpox? São diferentes da nova cepa?

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Inicialmente os sintomas são febre, dor no corpo, prostração e aumento de gânglios. Após três ou quatro dias aparecem as lesões na pele.


Segundo Medeiros, a nova variante é mais agressiva e pode se disseminar pelo corpo comprometendo outros órgãos além da pele, como o pulmão, o intestino e o fígado. "Pode levar a uma pneumonia mais grave, a uma infecção intestinal e aumentar a mortalidade desses pacientes, principalmente dos imunossuprimidos [que realizam algum tratamento relacionado à imunidade e quem convive com HIV, por exemplo]", ressalta Medeiros.

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Quem já contraiu a doença uma vez pode pegá-la de novo?


Para o infectologista Ralcyon Teixeira, diretor da divisão médica do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, em princípio, quem teve a doença uma vez está protegido. Medeiros concorda que quem já contraiu Mpox guarda algum grau de imunidade, mas reforça que novas variantes fogem da "resposta imunológica".

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"Como elas alteram suas características, elas fogem. Isso aconteceu com a Covid, com o vírus influenza e certamente está acontecendo com o mpox. O vírus se modifica", explica Medeiros.


A nova variante pode se disseminar no Brasil?


Os especialistas ouvidos pela reportagem afirmam que não, mas é preciso ficar em alerta. "A Organização Mundial da Saúde autorizou pelo menos duas vacinas, mas ainda não estão disponíveis. Vamos ver no caminho como é que isso acontece. Na outra pandemia nós tivemos alguns casos aqui no Brasil, mas nada que cresceu de forma mais exponencial. A Mpox é uma doença que preocupa", diz Medeiros.


Crianças e adolescentes são grupos de risco para a nova cepa?


Na República Democrática do Congo, a variante 1b afeta muitas crianças, mas não há essa situação na Europa ou na América. No Congo, a nova variante é epidêmica e transmite com mais frequência, por isso as crianças são muito acometidas.


Qual o sinal de agravamento da Mpox? Como saber se é caso de internação? 


Um sinal de alerta é o aumento progressivo das lesões. "A gente divide a doença pelo número de aparecimento de lesões e pela progressão. Às vezes elas podem continuar aparecendo ou ficar no comprometimento hemorrágico ou necrótico", explica Teixeira.


Além das lesões, a presença de dor ou prostração são sinais de alerta para internação.


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Há um risco de gravidade maior em pessoas com comorbidade?


Teixeira, do Emílio Ribas, diz faltar dados na literatura médica e por isso não é possível relacionar diretamente pessoas com comorbidades, como obesidade, diabetes e hipertensão, com Mpox.


Segundo Medeiros, não dá para descartar a hipótese porque pacientes obesos e diabéticos têm tendência a responder de forma pior a essas infecções virais e evoluir para forma mais grave.


E se eu estiver com Mpox e pegar covid ou gripe, posso ter uma complicação?


Este tipo de caso ainda não tem na literatura médica, então não se sabe. É importante afirmar que, nesta situação, há uma somatória de fatores de risco.


"Se o paciente tem Mpox e evolui de forma grave, provavelmente existe alguma dificuldade imunológica ali. Ao contrair um vírus respiratório, você pode piorar o comprometimento pulmonar. Isso é uma hipótese. Pode acontecer pela circulação, mas não é o habitual. Há casos de HIV com mpox", diz Teixeira.


Quem convive com o vírus HIV pode ter complicações da doença?


Corre risco a pessoa que convive com HIV e tem imunidade baixa, ou que não sabe que tem o vírus e não se trata.


A gestante tem maior risco de gravidade?


Sim. A gravidez leva à diminuição da imunidade contra as infecções e portanto é possível evoluir para a forma mais grave. Além disso, pode haver transmissão vertical, isto é, da mãe para o bebê, e causar óbito fetal.


O vírus Mpox é transmitido pelo leite materno?


Como o vírus circula pelo sangue, é provável que sim, mas a transmissão é fundamentalmente por contato com as lesões. Isso vale para a forma branda da doença também. "Se a mãe tiver lesões pelo corpo, deve evitar o contato com o bebê. Durante o período de transmissão do vírus, que varia entre o início dos sintomas até em torno de 28 dias, três a quatro semanas, a gente evita a amamentação", explica o diretor da SPI.


Encostar em uma pessoa com Mpox oferece risco de infecção?


Se você encontrar alguma lesão ativa e desprotegida, sim.


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