A Associação Brasileira de Acidentes e Medicina de Tráfego registrou que 35% dos acidentes em estradas do país são originados de embriaguez ao volante.
Falar que a culpa é da bebida não é uma atitude correta, segundo o secretário Nacional de Segurança Pública, Luiz Eduardo Soares. "Usufruir o prazer nada tem a ver com atitudes irresponsáveis", disse durante seminário "Alcoolismo e Violência", realizado na Câmara dos Deputados.
O secretário defendeu rigor na punição dos infratores. "Já passou do momento de levar uma mensagem mais forte, começando pelas escolas, passando pela polícia", defendeu. O secretário disse ainda que o Brasil não precisa de mais leis, mas deve praticar as que têm.
Milton Seligman, diretor de Relações Corporativas da Companhia Brasileira de Bebidas (Ambev), disse que a empresa não tem interesse que a bebida seja consumida em excesso. Ele defendeu, por exemplo, a obrigatoriedade do uso de bafômetros, além de fiscalização para haver um cumprimento rigoroso da lei. "O consumo da cerveja deve ser responsável", afirmou.
Um grupo interministerial, coordenado pelo Ministério da Saúde, está elaborando um plano de atenção integral aos usuários de álcool. A equipe vai criar propostas para ampliar a rede de cuidados e melhorar o acesso à assistência e o funcionamento do atendimento ambulatorial, semi-intensivo e de âmbito comunitário.
O grupo vai propor a nova política do governo federal para o setor, baseada no aperfeiçoamento da legislação referente ao consumo de álcool e em restrições à publicidade do produto.
Uma das medidas anunciadas pelo ministro da Saúde, Humberto Costa, durante o seminário, é a criação de 80 Centros de Atenção Psicossocial no Brasil dirigidos a ações de combater ao uso de álcool e drogas.