Na próxima segunda-feira (31), o papa Francisco irá para a Suécia comemorar, junto à Federação Luterana Mundial (LWF), os 500 anos da Reforma de Lutero. Será em clima de uma cerimônia conjunta, sem conflitos e recriminações, a 17ª viagem internacional realizada pelo pontífice, na qual Jorge Mario Bergoglio visitará as cidades de Lund e Malmö, terá dois encontros ecumênicos e celebrará uma missa para os católicos. Nela, foram convidados grandes chefes luteranos mundiais que, segundo o secretário-geral da LWF, reverendo Martin Junge, têm intenção de comparecer ao evento.
Francisco percorrerá os 28 quilômetros que separam Lund e Malmö com um pequeno ônibus, no qual também estarão o presidente da LWF, Munib Younan, o presidente do Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos, Kurt Koch, e Junge. "Esta é uma novidade, um sinal ecumênico do "viajar junto", comentou Burke.
50 anos de diálogo
Esta celebração entre as duas religiões acontece após longos 50 anos de diálogo entre ambas as partes. Com os luteranos, os católicos conseguiram realizar a primeira "mesa bilateral" das conversas resultantes do Concílio Vaticano II, por exemplo. Já em 1999, católicos e luteranos assinaram a "Declaração Conjunta sobre a Doutrina da Justificação", o problema teológico mais importante que dividia as duas religiões, e, neste ano, representantes luteranos e católicos aprovaram a circulação do documento "Do Conflito à Comunhão", que é o mote da viagem do papa e de onde serão retiradas as orações que serão realizadas na Suécia.
Serão dois os encontros ecumênicos durante a viagem: o primeiro acontecerá na Catedral de Lund, onde o Francisco e Younan farão um discurso cada, e o segundo será feito no estádio de Malmö, que contará com a presença de instituições religiosas de caridade, como a Caritas e a própria LWF, principalmente na área dos refugiados.