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Coreia do Norte abre fogo contra ilha sul-coreana

23 nov 2010 às 09:56

A Coreia do Norte realizou disparos de artilharia contra o território sul-coreano, perto da fronteira dos dois países, atingindo casas e deixando três soldados e dois civis feridos, disseram autoridades da Coreia do Sul. Um militar sul-coreano teria sido morto no ataque.

Seul disse que os disparos começaram a atingir a Ilha de Yeonpyeong, próximo à disputada fronteira marítima entre os dois países, na tarde desta terça-feira (hora local, madrugada no Brasil).


Testemunhas na Ilha de Yeonpyeong disseram ao canal de TV sul-coreano YTN que várias construções estão pegando fogo e que a população está deixando o local.


Um porta-voz militar da Coreia do Sul disse que o país respondeu com uma rodada de disparos e que suas forças armadas estão trabalhando no nível de alerta mais alto fora de um período de guerra. A Coreia do Norte não se pronunciou.


Tensão


Segundo o correspondente da BBC em Seul John Sudworth, este é o incidente mais grave entre os dois países desde a Guerra da Coreia, nos anos 50.


A troca de disparos acontece em um momento de crescente tensão regional, já que no sábado a Coreia do Norte revelou o que seria uma nova usina de enriquecimento de urânio, dando ao país mais um caminho para a possível fabricação de uma bomba nuclear.


Após o incidente, o representante dos Estados Unidos para a Coreia do Norte, Stephen Bosworth, anunciou que não vai retomar as negociações do chamado Grupo dos Seis (Estados Unidos, Japão, China, Rússia e as duas Coreias) sobre o programa nuclear de Pyongyang.


Autoridades sul-coreanas disseram que os disparos de artilharia começaram a atingir a Ilha de Yeonpyeong, próximo à disputada fronteira marítima entre os dois países, na tarde desta terça-feira.


Reações


"Uma unidade de artilharia norte coreana realizou disparos ilegais às 14h34 (03h34 no horário de Brasília) e tropas sul-coreanas dispararam de volta imediatamente em legítima defesa", disse o Ministério da Defesa sul-coreano.


Apesar da resposta militar, o presidente da Coreia do Sul, Lee Myung-bak, pediu a autoridades que se evite qualquer escalada da violência durante uma reunião de gabinete.


A Rússia pediu calma depois do incidente, enquanto um porta-voz do Ministério do Exterior chinês disse que as duas Coreias deveriam "fazer mais para contribuir para a paz".


"O mais importante agora é retomar as negociações do Grupo dos Seis o quanto antes", disse Hong Lei.

O impacto da troca de disparos está chegando ao mercando financeiro, com as moedas coreana e japonesa sofrendo desvalorização.


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