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Aquecimento global

Copernicus indica que 2024 deve se tornar o ano mais quente da história

Giuliana Miranda - Folhapress
08 out 2024 às 16:25

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- Imagem ilustrativa - Pexels
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O ano de 2024 caminha a passos largos para destronar 2023 como o mais quente da história, indicam novos dados do observatório Copernicus, da União Europeia.

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Texto oficial

Meta climática do Brasil cita pela 1ª vez redução no uso de combustíveis fósseis

A temperatura média global de janeiro a setembro deste ano já é a mais alta documentada para esse intervalo na série histórica, sendo 0,71°C superior à média de 1991 a 2020. Esse resultado também é 0,19°C mais quente do que o mesmo período de 2023, o atual recordista.

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Diante desse cenário, para impedir que 2024 se torne o mais escaldante já documentado, a anomalia média na temperatura do planeta precisaria cair mais de 0,4°C de outubro até o fim do ano.


Como até o momento jamais houve uma queda semelhante na série histórica, os pesquisadores europeus afirmaram, em comunicado, que é "quase certo que 2024 será o ano mais quente já registrado". As métricas mais atualizadas, divulgadas agora, indicam que a Terra segue em ritmo de aquecimento.

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O mês passado foi o segundo setembro mais quente da série histórica, sendo "mais fresco" apenas do que setembro de 2023. A temperatura média na superfície foi de 16,17°C, cifra que é 0,73°C superior à média para o período documentada de 1991 a 2020.


Em relação ao período pré-industrial (1850-1900), setembro de 2024 teve uma temperatura média global do ar na superfície 1,54°C superior. Esse foi o 14º mês, em um período de 15 meses, em que a média global superou a marca de 1,5°C em relação aos níveis pré-industriais.

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Os valores registrados antes da Revolução Industrial -e da queima em larga escala de combustíveis fósseis- são considerados o padrão de referência para as temperaturas antes do aquecimento provocado pela humanidade.


Para os cientistas, 1,5°C é considerado o teto de aquecimento para evitar as piores consequências das mudanças climáticas. No Acordo de Paris, de 2015, a comunidade internacional se comprometeu de que esse seria o limite preferencial para a subida de temperaturas.

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Embora o planeta já tenha ultrapassado temporariamente essa barreira mais de uma dezena de vezes, os cientistas consideram que ela ainda não foi definitivamente rompida. Para isso, seriam necessários vários anos acima desse patamar.


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Os dados do Copernicus indicam que as temperaturas estiveram superiores à média em vários pontos do globo no mês passado. Na Europa, os termômetros ficaram acima do normal em boa parte do leste e do nordeste do continente.


As cifras também estiveram mais elevadas do que a média no Canadá, no centro e no oeste dos Estados Unidos, na América do Sul, no nordeste da África, na China e no Japão.

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Embora áreas do oceano Pacífico tenham apresentado temperaturas abaixo da média, sinalizando o desenvolvimento do fenômeno climático La Niña, os valores médios de temperatura na superfície dos oceanos "permaneceram excepcionalmente altos em muitas regiões".


Os pesquisadores europeus identificaram também alterações na média de chuvas em vários pontos do planeta. O mês passado foi de precipitação acima do normal em grande parte da Europa central e oriental, onde a tempestade Boris causou inundações e estragos. Setembro foi também mais úmido em várias regiões, incluindo a América do Norte, atingida pelo furacão Helene, além o extremo sul do Brasil.


"Setembro de 2024 foi o segundo mais quente globalmente e para a Europa. Os eventos de chuvas extremas deste mês, algo que estamos observando com cada vez mais frequência, foram agravados por uma atmosfera mais quente, levando a chuvas mais intensas, com volumes equivalentes a meses de precipitação caindo em apenas alguns dias", disse Samantha Burgess, diretora-adjunta do Serviço de Mudança Climática do Copernicus.


A cientista voltou a enfatizar a necessidade de reduzir as emissões de gases causadores de efeito estufa para frear o aquecimento do planeta.


"O risco de chuvas extremas continuará a aumentar com o aumento das temperaturas. Quanto mais cedo alcançarmos emissões líquidas zero, mais cedo poderemos mitigar esse risco", completou.


A situação oposta também ocorreu, com várias zonas tendo menos precipitações do que a média histórica. Isso aconteceu em diversas áreas da Europa, incluindo a Irlanda e o norte do Reino Unido, além da Península Ibérica, que foi castigada por vários incêndios florestais.


Condições mais secas do que a média também foram registradas "na maior parte da América do Sul", onde também favoreceram as queimadas, inclusive no Brasil.


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