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Cidades menores concentram 43% dos casos de dengue

14 nov 2007 às 12:13

Pequenos e médios municípios, com menos de cem mil habitantes, concentram 43% dos 481.316 casos de dengue registrados no país este ano. A informação consta do último levantamento sobre a doença, feito pelo Ministério da Saúde entre os meses de janeiro e setembro. Isso, segundo o Ministério, reflete a necessidade de maior articulação intersetorial nas ações de combate ao mosquito nessas regiões.

O levantamento mostra que cidades com até 100 mil habitantes registraram 206.143 casos em 2007 seguidas das cidades com população entre 100 e 500 mil habitantes, que concentraram, durante os meses analisados, 27% das notificações de dengue no país (130.906). Municípios com população entre 500 mil a um milhão de habitantes, concentraram 16% do número de casos (77.256) da doença.


De acordo com o balanço, o maior número de casos de dengue (414.305), concentra-se, portanto, em municípios com menos de um milhão de habitantes.


"O aumento da transmissão nesses municípios deixa clara a necessidade de parcerias para a implementação de ações intersetoriais nas áreas mais infestadas. Os gestores devem elaborar planos integrados que aproveitem os recursos existentes para melhorar a eficiência dos programas de combate ao mosquito transmissor", afirma Fabiano Pimenta, diretor de Gestão da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde.


Cidades maiores concentram menos casos


O levantamento feito pelo Ministério da Saúde mostra que diminui para 14% o percentual de casos de dengue nas cidades com mais de um milhão de habitantes, totalizando 66.991 registros de janeiro a setembro.


A análise desses dados, segundo Fabiano Pimenta, mostra o impacto positivo de iniciativas de contenção do mosquito transmissor da dengue em alguns grandes centros urbanos. "Algumas grandes cidades desenvolveram ações com bons resultados na contenção do avanço dos casos. As ações de sucesso foram, em sua grande maioria, desenvolvidas em parceria com as três esferas de gestão do SUS", diz.


O levantamento cita exemplo de ações como o Plano Integrado de Controle da Dengue, desenvolvido na Região Metropolitana de Belo Horizonte, o "Pan sem Dengue", do Rio de Janeiro, e o Plano de Intensificação Verão 2007 do município de São Paulo, que ajudaram a conter a transmissão da doença nesses locais.


Os últimos dados mostram que as maiores incidências de casos de transmissão da dengue na região Sudeste concentraram-se nos municípios de médio porte, com população acima de 100 mil habitantes, a exemplo dos registros nas cidades de São José do Rio Preto (SP), Niterói (RJ), Campinas (SP), Teófilo Otoni (MG), Bebedouro (SP) e São Gonçalo (RJ).


Ações


Para evitar surtos no próximo verão, o Ministério da Saúde, estados e municípios, estão desencadeando uma série de medidas, dentre elas, o Levantamento de Índice Rápido de Infestação por Aedes aegypti (LIRAa) em 170 municípios mais suscetíveis ao surgimento de surtos da doença. O LIRAa permite identificar populações do Aedes e os seus principais criadouros para que as prefeituras adotem medidas capazes de reduzi-las antes do período mais crítico.


Também está agendada para o dia 24 de novembro a realização do Dia Nacional de Mobilização e Combate à Dengue, quando todo o país será mobilizado para eliminar focos do mosquito transmissor da doença.


A dengue ocorre principalmente entre os meses de janeiro a maio, pelas condições climáticas favoráveis ao mosquito transmissor nessa época do ano. Desde 1986, quando a doença chegou ao país, em todos os anos há registro de casos de dengue, com a ocorrência de vários picos epidêmicos durante esse período, relacionados com a introdução de um novo subtipo do vírus da dengue.


SAIBA MAIS


O que é?


É uma doença infecciosa febril aguda, que pode se apresentar de forma benigna ou grave. Isso vai depender de diversos fatores, entre eles: o vírus e a cepa envolvidos, existência de infecção anterior pelo vírus da dengue e fatores individuais como doenças crônicas (diabetes, asma brônquica, anemia falciforme, dentre outras).


Qual a causa?


A infecção pelo vírus, transmitido pela picada do mosquito Aedes aegypti.


Quais os sintomas?


O doente pode apresentar sintomas como febre, dor de cabeça, dores pelo corpo, náuseas ou até mesmo não apresentar qualquer sintoma. O aparecimento de dor abdominal intensa e contínua e vômitos persistentes, manchas vermelhas na pele, além de sangramentos (nariz, gengivas), podem indicar a evolução para dengue hemorrágica. Esse é um quadro grave que necessita de imediata atenção médica, pois pode ser fatal.


É importante procurar orientação médica ao surgirem os primeiros sintomas, pois as manifestações iniciais podem ser confundidas com outras doenças viróticas, febre amarela, malária ou leptospirose e não servem para indicar o grau de gravidade da doença.


Como se transmite?


A doença é transmitida pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti. Não há transmissão pelo contato direto com um doente ou suas secreções, nem por meio de fontes de água ou alimento.


Como tratar?


O mais importante é procurar imediatamente o serviço de saúde, pois a evolução para a forma grave da doença pode ser muito rápida. Deve-se ingerir muito líquido, como água, sucos, chás, soros caseiros, etc. Não devem ser usados medicamentos à base de ácido acetilsalicílico e antiinflamatórios, como aspirina e AAS, pois podem aumentar o risco de hemorragias. Os sintomas podem ser tratados com dipirona ou paracetamol.


Como se prevenir?


A melhor forma de evitar a dengue é eliminar os criadouros do mosquito transmissor da doença, especialmente os locais onde é possível acumular água limpa e parada. Exemplo disso são latas, embalagens, copos plásticos, tampinhas de refrigerantes, pneus velhos, pratos de vasos de plantas, jarros de flores, garrafas, sacos plásticos, lixeiras, calhas, lajes, caixas d´água, tambores, latões e cisternas, entre outros.

As informações são da Agência Saúde.


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