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Chilenos votam no segundo turno das eleições presidenciais

15 dez 2013 às 11:25

Duas filhas de militares, cujos país eram amigos até o golpe de Estado de 1973, disputam neste domingo (15) o segundo turno das eleições presidenciais do Chile. A socialista Michelle Bachelet é a favorita segundo as pesquisas de opinião e deve derrotar a candidata governista Evelyn Matthei, que representa a aliança de partidos de centro-direita. No primeiro turno, ha um mês, Bachelet obteve 47% dos votos – quase o dobro de Matthei, que conquistou 25% do eleitorado.

Se ganhar, Bachelet será a primeira mulher eleita e reeleita para a Presidência do Chile. O primeiro mandato dela terminou em 2010 e, apesar de ter deixado o palácio presidencial La Moneda com um alto índice de popularidade, Bachelet não pode se candidatar a reeleição porque no Chile presidente não pode ter dois mandatos consecutivos.


A saída de Bachelet marcou o fim de 20 anos de governos da Concertacion – a aliança de partidos de centro-esquerda, que assumiu o poder no Chile, com o retorno da democracia. Com a eleição do atual presidente Sebastian Pinera, a direita voltava ao governo pela primeira vez desde o fim da ditadura de Augusto Pinochet. Foi o primeiro sinal de que os chilenos – depois de terem recuperado a liberdade, garantido a estabilidade econômica e politica e reduzido a pobreza - estavam cobrando reformas mais profundas de seus governantes.


Protestos estudantis, exigindo educação gratuita e de qualidade para todos, marcaram o governo de Sebastian Pinera. No primeiro turno, que coincidiu com as eleições legislativas, dois dos principais líderes do movimento estudantil – Camilla Vallejos e Giorgio Jackson – foram eleitos para o Congresso. Ambos apoiam a principal reivindicação de Bachelet: a reforma da Constituição, herdada de Pinochet, que limita a ingerência do Estado na economia e a atuação dos políticos.


Mas apesar de ter conquistado a maioria no Congresso, Bachelet não obteve os votos necessários para realizar as reformas que prometeu, sem negociar com a oposição. Ela tem o apoio de 20 dos 38 senadores e de 57 dos 120 deputados federais. É o suficiente para garantir a reforma tributaria. Ela quer aumentar os impostos dos ricos, para financiar projetos sociais e só precisa de maioria simples para aprová-la. Mas outras mudanças só são possíveis com mais de 60% dos votos.


A reforma da educação (reivindicada por oito em cada dez chilenos) requer os votos de quatro sétimos do Congresso (69 deputados e 22 senadores). E a reforma constitucional – que ela defendeu durante toda a campanha – só e possível com o apoio de dois terços dos legisladores.

Os resultados da votação deste domingo devem ser divulgados antes das 20h (horário de Santiago), informou o presidente do Serviço Eleitoral (Servel) chileno, Patricio Santamaria. Segundo ele, o nível de abstenção deve ser maior que no primeiro turno. Esta é a primeira eleição presidencial em que o voto é voluntario. No ultimo dia 17 de novembro, 6,7 milhões dos 13,5 milhões de chilenos em idade de votar foram às urnas.


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