O Brasil poderá ter, em um prazo de quatro anos, a primeira vacina contra a dengue, anunciou o secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, Reinaldo Guimarães. Segundo ele, o governo brasileiro planeja trazer para o país a tecnologia de uma vacina desenvolvida por um grupo de pesquisadores dos Estados Unidos.
O trabalho da equipe norte-americana foi apresentado nesta quinta-feira (25) ao secretário e a pesquisadores do Instituto Butantan, em São Paulo. Após a reunião, Guimarães disse que os resultados obtidos até agora são promissores.
"É uma vacina que não está pronta. Ela está em desenvolvimento, tem até agora resultados promissores em animais e também alguns testes com humanos. Mas nós devemos esperar alguns anos, três, quatro anos, para que ela possa estar amadurecida para utilização pelo Ministério da Saúde para a população", afirmou o secretário.
Para trazer a tecnologia da vacina para o Brasil, deverá ser firmado um acordo entre o Instituto Butantan e os pesquisadores norte-americanos, de acordo com o representante do ministério. Os estudos desenvolvidos nos Estados Unidos apontam que a vacina é eficaz contra os quatro tipos de vírus da doença (tipos 1, 2, 3 e 4).
Segundo Guimarães, os testes realizados até agora, sob coordenação dos institutos nacionais de Saúde dos Estados Unidos, mostram que o uso da vacina em seres humanos é seguro.
Guimarães disse que vai conversar com o Ministério de Ciência e Tecnologia sobre o projeto e estudar a captação de recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social (BNDES). O Instituto Butantan está encarregado, segundo o secretário, de apresentar o projeto e os recursos necessários para executá-lo.
Segundo Guimarães, além de utilizar a vacina para a sua própria população, o Brasil poderá torná-la acessível a outros países em desenvolvimento.
No País, ainda não existe a circulação do tipo 4 do vírus da dengue. Na última segunda-feira (22), o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, disse que a entrada do vírus tipo 4 no país é uma questão de tempo.