Soldados do Corpo de Bombeiros Voluntários do Paraguai conseguiram controlar o incêndio no Congresso do país, no centro de Assunção, depois que centenas de manifestantes contra o projeto de reeleição presidencial invadiram o edifício nesta sexta-feira e atearam fogo em várias das instalações. As informações são da agência de notícias EFE.
Os bombeiros conseguiram apagar as chamas do primeiro andar do edifício, onde se encontra a sala bicameral do parlamento e os escritórios de vários legisladores.
No lugar foi possível observar numerosos danos materiais e as vidraças destroçadas depois que os manifestantes jogaram pedras contra as paredes do edifício.
Nos arredores ainda estão ocorrendo enfrentamentos entre manifestantes e a polícia, que informou que vários agentes ficaram feridos.
Trata-se do segundo incidente violento do dia no Congresso, depois que no primeiro ficaram feridos por balas de borracha o deputado Edgar Acosta e o presidente do Partido Liberal, Efraín Alegre.
Os incidentes começaram depois que 25 senadores votaram a favor do projeto de emenda nas dependências da Frente Guasú, do ex-presidente Fernando Lugo, e sem a presença dos demais legisladores e do presidente do Senado, Roberto Acevedo.
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Velázquez, convocou depois uma sessão para o sábado para tratar a emenda, que cancelou posteriormente para evitar mais incidentes.
O partido de Lugo aprovou a emenda para que o ex-bispo possa concorrer nas eleições de 2018, e o Partido Colorado para que o atual presidente do Paraguai, Horacio Cartes, possa fazer o mesmo. A atual Constituição paraguaia proíbe a reeleição presidencial.
Por outro lado, o Partido Liberal, o maior da oposição, e outras forças opositoras, alegam que a emenda é anticonstitucional como meio de facultar um segundo mandato presidencial.