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Banco suíço diz em carta que extrato de suposta conta de Romário é 'falso'

05 ago 2015 às 22:07

O banco BSI diz em uma carta que o extrato de uma suposta conta do senador Romário (PSB-RJ) é "falso" e abre uma queixa penal no Ministério Público de Genebra. A instituição financeira afirma no documento, enviado ao parlamentar e ao qual a reportagem teve acesso, que o ex-jogador "não é o titular dessa conta". O BSI não informa, porém, se Romário já foi cliente do banco ou se foi titular de alguma outra conta sob sua custódia.

Reportagem da revista Veja da semana passada informou a existência da conta com R$ 7,5 milhões, que não teria sido declarada à Receita Federal no Brasil. Após a publicação, Romário decidiu viajar até Genebra e se reuniu com advogados e com o BSI."Mostramos os extratos e o banco garantiu que esses documentos são falsos", disse Romário na semana passada.


Até agora, porém, o banco havia se recusado a comentar o caso e permaneceu em silêncio. Romário era o único que garantia que a conta não existia. A reportagem do tentou depositar 1 franco suíço na conta. Mas o dinheiro retornou.


Numa carta datada de 5 de agosto aos advogados contratados por Romário em Genebra, o banco informa que abriu uma " queixa penal na Procuradoria Geral de Genebra no dia 4 de agosto de 2015 ".


Na queixa penal " contra um desconhecido " e endereçada ao procurador Olivier Jornot, o banco aponta que a instituição financeira " pode estabelecer com certeza que o extrato da conta é falso e que o sr. Romário de Souza Faria não é, portanto, titular de dita conta em nosso banco na Suíça ".


A instituição financeira considera que os atos " constituem diversos delitos penais graves, em especial a falsificação de documentos ". " Diante dos fatos, o BSI solicita a abertura imediata de um processo penal ", diz a carta.


O banco não fala se Romário é ou não titular de alguma outra conta da instituição nem se já teria sido correntista no passado. O BSI foi comprado pelo banco brasileiro BTG, no ano passado, mas a transação ainda não foi concluída. Entre os acionistas do BTG está o irmão do prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes.

O senador relacionou o episódio que o ligou à conta milionária ao fato de atuar na CPI do Futebol, que pretende investigar dirigentes da CBF após o escândalo de corrupção na Fifa e a prisão do ex-presidente da confederação José Maria Marín, e de querer disputar a Prefeitura do Rio, em 2016. Na semana passada, Paes deu declarações se afastando de qualquer responsabilidade no caso e indicando que seu irmão o teria informado que o BTG não tem acesso às contas de clientes do BSI, na Suíça.


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