Mundo

Argentino diz que violência faz seu país parecer Brasil

06 mai 2003 às 17:36

O presidente do clube Boca Juniors e candidato de centro-direita a prefeito de Buenos Aires, Mauricio Macri, afirmou nesta terça-feira que a onda de seqüestros e violência na Argentina "é cada vez mais parecida ao que historicamente se vive na Colômbia ou no Brasil".

Macri é filho do poderoso empresário ítalo-argentino Franco Macri e meio-irmão de Florencia, 19, que após permanecer seis dias sequestrada foi libertada ontem, depois do pagamento de um resgate de cerca de US$ 750 mil, de acordo com a imprensa local.


O presidente do Boca Juniors, um dos clubes de futebol mais populares da Argentina, comparou o sequestro de Florencia com o sequestro de que ele próprio foi vítima durante 12 dias em 1991 e considerou que a experiência foi menos traumática para sua meia-irmã.


"Lamentavelmente esse tipo de delito está tão comum que ultimamente é feito com agilidade, com menos violência e menos trauma para vítima e para a família", disse Macri, primeiro colocado entre os candidatos a prefeito de Buenos Aires, segundo pesquisas.


Macri declarou que o aumento da violência na Argentina é uma prova "de nosso fracasso como sociedade. Há cada vez mais gente excluída, que recorre a qualquer tipo de delito".


Segundo ele, o sequestro "é um delito muito complexo", que para ser combatido precisa de "uma política de Estado".


Macri negou que sua meia-irmã esteja pensando em deixar a Argentina, após o impacto do sequestro, e disse que "o desafio é tratar de normalizar o país, não de deixar [a Argentina]".

Franco Macri, dono de um dos grupos econômicos mais poderosos da Argentina, que cresceu após fechar diversos contratos com o governo federal, transferiu nos últimos anos a maioria de seus investimentos ao Brasil, atuando principalmente na indústria frigorífica, alimentícia e de construção.


Continue lendo