A Air France registrou no dia 13 um novo incidente com sensores de velocidade de um Airbus. A informação foi mantida em sigilo pela companhia até ontem, quando foi revelada pelo Sindicato Nacional de Pilotos de Linha (SNPL), o maior da França. Idêntica à pane verificada instantes antes do acidente com o Airbus A330 do voo 447, sobre o Oceano Atlântico, no dia 31 de maio, a falha ocorreu em um A320 que realizava a rota Roma-Paris.
Dessa vez, no entanto, o avião estava equipado com tubos de pitot - a designação técnica das sondas - de nova geração, modelo BA, produzidas pela Thales Avionics, consideradas de melhor desempenho em situações meteorológicas adversas.
A informação foi divulgada ontem pelo jornal "Le Figaro" e confirmada pelo sindicato da categoria. De acordo com o porta-voz da instituição, Erick Derivry, a falha aconteceu no voo AF 1905, que efetuava a ligação entre os Aeroportos de Fiumicino e Roissy-Charles de Gaulle. De acordo com o relatório dos pilotos apresentado à Air France, o avião teria sofrido "perda brutal das indicações de velocidade, seguida de perda das informações anemométricas". São essas informações que orientam os demais instrumentos eletrônicos de navegação dos Airbus.
De acordo com Derivry, caso as análises técnicas confirmem que a sonda esteve na origem do incidente do voo Roma-Paris, o SNPL poderá exigir que a companhia aérea deixe de lado a marca Thales e adote os pitots da Goodrich, que equipa 70% da frota mundial.
Diligências
O procurador regional da República em São Paulo Sérgio Monteiro Medeiros expediu ofício pedindo à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) que faça diligências para apurar se as operadoras de modelos Airbus no Brasil substituíram os tubos pitot de suas aeronaves. A solicitação de Medeiros tem como alvo a TAM "e outras empresas que operem voos domésticos ou internacionais partindo do Brasil por meio de equipamentos Airbus". O objetivo, diz Medeiros, é saber se as companhias já providenciaram a troca das sondas. O procurador pede para ser informado sobre os resultados, caso a Anac já tenha feito as diligências.