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Acusado de matar para vender órgãos é condenado à morte

25 jul 2007 às 19:06

Um homem foi condenado à morte na China por matar um morador de rua deficiente e vender os órgãos da vítima para transplante. O caso foi julgado recentemente na corte de Shijianzhuang na província de Hebei.

O crime ocorreu no ano passado quando Wang Chaoyang, de 32 anos, seqüestrou o indigente Tong Gefei no distrito de Xingtang e manteve a vitima em cativeiro por uma semana numa estação de energia elétrica abandonada. Wang aprisionou Tong enquanto buscava por compradores para os órgãos do mendigo.


A vítima, que tinha 40 anos, foi morta por estrangulamento no dia 15 de novembro e teve rim, pâncreas e fígado vendidos por 15 mil iuans (R$ 3,6 mil).


Wang teria oferecido os órgãos a três médicos na província de Wuhan e um em Pequim. O criminoso disse aos doutores que o morto era um tio seu, ex-prisioneiro que fora executado.


Os médicos aceitaram a oferta e recolheram os órgãos de Tong poucas horas depois do assassinato ainda na própria estação de energia abandonada que servia de cativeiro, mas acharam estranho o local e comunicaram o fato à policia.


As autoridades prenderam Wang no dia seguinte. Três comparsas ainda estão foragidos. Os médicos não foram indiciados, mas participaram do processo como testemunhas.


Órgãos de Prisioneiros - É comum na China a prática de transplantes de órgãos de ex-prisioneiros e não há muito controle sobre o consentimento da doação.


"Eles (os médicos) só não foram processados por que chamaram a polícia, se não estariam respondendo por tráfico de órgãos e violação de cadáver", disse o juiz do caso ao jornal South China Morning Post.


O juiz não quis revelar se os médicos aceitaram extrair os órgãos sem conferir se havia algum consentimento por escrito ordenando a doação.


A revista Nanfeng Chuang, da cidade de Guangzhou, publicou declarações do irmão da vitima dizendo que os médicos ofereceram 65 mil iuans (R$ 16 mil) em compensação para que a família não fizesse queixa contra eles.


A nova lei chinesa que regula os transplantes entrou em vigor em 1º de maio e proíbe o comércio de órgãos, bem como encoraja a doação voluntária. Entretanto, a legislação não especifica regras e limites quanto ao uso de órgãos de ex-prisioneiros.

Segundo números da agência de notícias estatal Xinhua, estima-se que a cada ano dois milhões de chineses necessitem de transplantes, mas devido à falta de doadores apenas 20 mil cirurgias são realizadas.


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