O prefeito Barbosa Neto anunciou, em entrevista coletiva, o reajuste de 5% na tarifa do transporte coletivo em Londrina. Com o aumento, o valor passa para R$ 2,10 a partir da 0h de domingo.
"Pela primeira vez estamos adotando um valor que nunca foi reajustado nos últimos 20 anos. Tivemos reajuste de 18%, 15% e estamos dando reajuste de 5% com a tarifa parada há 46 meses", comparou o prefeito. Com o reajuste, a tarifa ficaria em R$ 2,11, mas por uma questão de arredondamento foi fixada em R$ 2,10.
Com o objetivo de dar maior transparência ao processo, a planilha de custos passará a ser publicada na internet após o estudo feito pelo Centro de Estudos Sociais Aplicados (CESA) da Universidade Estadual de Londrina (UEL).
"Está totalmente escancarado, público, para quem quiser ver. Não fui eu que cheguei aos 5%. Foram os números levantados de forma técnica, coerente. Tenho a certeza que o reajuste poderia não ser dado lá atrás. Isso se comprovou pela análise técnica que a UEL fez", afirmou Barbosa.
Perguntado se a decisão tomada sobre o novo valor da tarifa seria uma forma de acalmar os ânimos entre empresas de transporte coletivo e funcionários, o prefeito foi direto: "Eu não estou aqui para apaziguar relacionamento de ninguém. Estou na atribuição da minha função de prefeito de decretar a tarifa. Não tenho medo nenhum, tenho a consciência tranquila de que foi feito o melhor".
O presidente da Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU), Lindomar dos Santos, acompanhou o discurso do prefeito, e prometeu criar condições dentro da companhia para atender as sugestões da universidade de estruturar um departamento de custo para avaliar os itens que interferem no valor final da passagem.
"Houve muita tranquilidade na definição. O valor está saindo na hora certa, depois de estudos muito criteriosos. A análise da UEL nos deu mais convicção de que estávamos no caminho certo. O próximo passo é criar condições estruturais técnicas para monitorar os valores que compõem a tarifa".
Relatório da UEL
O relatório da comissão técnica que analisou os números da planilha do transporte coletivo urbano de Londrina foi assinado por quatro membros: o professor de administração e diretor do CESA, Anísio Ribas Beuno Neto, o auditor da UEL Carlos Alberto Alves, o professor do departamento de Ciências Contábeis Paulo Chiararia e o funcionário da controladoria da Prefeitura Luiz Antonio Pires Furtuoso.
As sugestões apontadas pelo relatório foram:
- Promover auditorias técnico-operacionais nas empresas permissionárias
- Manter Controle Atualizado da Evolução dos preços dos componentes tarifários.
-Instituir unidade de custo na estrutura existente, para cumprir exigências estabelecidas de gerenciamento de serviços.
-Aprimorar as formas de controle existentes, com especial destaque para quilometragem percorrida e número de passageiros que utilizam o sistema.
- Analisar a possibilidade de contratar empresa especializada em consultoria e auditoria institucional para reavaliação geral das atividades técnicas e administrativas sobre o gerenciamento dos serviços do transporte coletivo.