Cinco trabalhadores da construção civil protestaram em frente ao campus de Londrina da Unicesumar por não terem recebido os pagamentos e por não terem os contratos rescindidos pela empreiteira contratada pela universidade para executar a ciclovia na avenida Dez de Dezembro, na tarde desta segunda-feira (4). Os operários afirmam que ficaram sem os salários, horas extras e adicionais noturnos referentes ao último mês de trabalho e, segundo o sindicato da categoria, o contratante fugiu para outro Estado sem cumprir suas obrigações. Ao todo nove trabalhadores estão nesta situação
A empreiteira Rocha e Rocha era a responsável pela execução da pista exclusiva para bicicletas, uma contrapartida pela cessão da área para a instalação do campus. Entretanto, o contrato com a empreiteira acabou e os trabalhos foram suspensos há cerca de duas semanas.
O advogado do sindicato dos trabalhadores da construção civil, Jorge Custódio Ferreira, defende que, apesar de os operários serem terceirizados, a universidade é solidária em relação à situação deles. "Se eles tivessem verificado com uma certidão negativa que a empreiteira tinha problemas, provavelmente não a teriam contratado. Para nós, a Unicesumar é subsidiária na responsabilidade, o que, no direito, é chamado culpa in eligendo e in vigilando (respectivamente, culpa na escolha e culpa na fiscalização do que outro ficou encarregado)", afirma.
Um dos funcionários que participou do protesto, o encarregado de obra Aguinaldo Silva Santos denunciou que ele os companheiros não contavam com os equipamentos necessários para o trabalho. "Trabalhamos na obra da ciclovia sem equipamentos de segurança, sem vale-transporte, sem receber adicional noturno e em feriados. O sapato que usávamos era o mesmo do nosso dia a dia. Durante o dia fazíamos serviços no campus da universidade e de noite íamos para a obra da ciclovia", contou.
Segundo o carpinteiro Ricardo Gonçalves de Oliveira, os trabalhadores estão passando por necessidades sem os pagamentos e o acerto. "Moro no jardim Bandeirantes (zona oeste) e vim a pé protestar porque não tenho dinheiro nem para pagar a passagem do ônibus. Pagamos aluguel, outros pensão para os filhos e não estamos honrando isso porque não recebemos. A universidade não nos dá uma posição", indignou-se. "Não queremos nada a mais do que nosso direito. Também não foi dada baixa na nossa carteira de trabalho e não estamos conseguindo emprego por conta disso", relatou.
Os trabalhadores prometeram que farão um novo protesto, desta vez na obra parada da ciclofaixa da avenida Dez de Dezembro, na terça-feira (5). A assessoria de imprensa da Unicesumar afirma que fez todos os repasses à empresa, que seria a única responsável pelo pagamento dos trabalhadores, e que tem os comprovantes de pagamentos da empreiteira. O órgão de comunicação diz também que uma nova empreiteira já foi contratada e que as obras da ciclovia serão retomadas ainda nesta semana. O nome da nova empresa não foi divulgado. A reportagem não conseguiu contato com o contratante dos operários.
Atualizada às 19h15