Levantamento da Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU) aponta que o número de mortes no trânsito de Londrina em 2016 caiu 11% em relação ao ano anterior. Foram 89 óbitos, contra 100 registrados em 2015. A queda mais expressiva, na ordem de 42%, foi na quantidade de óbitos por atropelamento: 36 a 21.
As ocorrências fatais envolvendo motociclistas também tiveram diminuição de 43 para 40 de um ano para o outro, uma redução de 7%. Do total de vítimas, 70 são homens e a faixa etária dos envolvidos nos acidentes situa entre 18 e 59 anos de idade. Das 89 mortes, 71 apresentavam este perfil.
Em relação à totalidade das ocorrências e dos envolvidos, o levantamento aponta que os índices se mantiveram praticamente estáveis de um ano para outro. Em 2016, 3.565 acidentes vitimaram 4.208 pessoas em toda a cidade. Em 2015 foram 3.539, com 4.192 motoristas, passageiros, pedestres ou motociclistas envolvidos.
De acordo com o diretor de Trânsito da CMTU, Hemerson Pacheco, o resultado foi satisfatório, apesar da pequena elevação na soma total dos incidentes e das vítimas. "Acreditamos que a redução é reflexo do trabalho de fiscalização e de sinalização das vias, que traz mais segurança ao dia a dia das ruas. Em 2016 tivemos a volta dos radares fixos, o que liberou nossos fiscais para atuarem em outras vias com abuso de velocidade. Também houve incremento da nossa capacidade de pintura viária: em todo o ano de 2015 nós implantamos 53.457 m² de sinalização. Já no ano passado, somente até setembro, esse número estava na casa dos 58.345 m². Cremos que isso tudo contribuiu para o resultado positivo", declarou.
Segundo dados levantados pela CMTU em conjunto com a Delegacia de Trânsito da Polícia Civil, 28 mortes estão relacionadas a casos em que o condutor do automóvel era menor de idade ou não possuía CNH. Vinte e um têm relação com manobras de risco ou desatenção do motorista; 13 aconteceram em virtude de colisões contra anteparos; 11 foram por ultrapassagem perigosa ou excesso de velocidade e outras seis foram ocasionadas pelo desrespeito ao sinal vermelho do semáforo. "São situações que o poder público não tem condições de prever, têm a ver com falta de cuidado ou comportamentos inadequados no trânsito", afirma Pacheco.
No ranking das vias com maior incidência de mortes estão empatadas a avenida Brasília – trecho urbano da BR-369 – e a extensão rural da PR-445, com 9 óbitos cada uma. Na sequência está a Dez de Dezembro, com 7 ocorrências, o perímetro urbano da PR-445, com 4, e as avenidas Saul Elkind e Henrique Mansano, que contabilizam individualmente 3 incidentes fatais. Na soma total, ocorreram 54 óbitos em ruas e avenidas, 16 nas rodovias urbanas e outros 19 nas rodovias situadas na parte rural do município. Os dias da semana que mais registraram mortes foram, respectivamente, sábado, sexta-feira e domingo. O índice de pessoas que perderam a vida inclui números de toda a cidade, incluindo vias estaduais e federais cujo gerenciamento do trânsito não é realizado pela CMTU.
Fiscalização
As ações de fiscalização feitas pela CMTU e pela Polícia Militar (PM), somadas ao monitoramento dos radares fixos e móveis, resultaram em 2016 na emissão de 223.619 multas em Londrina. Foram 98.865 autos por excesso de velocidade, 83.223 emitidos com o talonário eletrônico utilizado pelos agentes da companhia, 29.633 emitidos pela PM ou atribuídos a não identificação de condutor infrator e 11.898 por avanço de sinal e parada sobre a faixa de pedestres.
Dirigir sem o cinto de segurança foi a infração mais cometida pelo motorista londrinense no ano passado, somando 24.632 multas. Em seguida está o uso do celular ao volante, com 15.601 autos, e o estacionamento em desacordo com a regulamentação da via, com 11.245 irregularidades registradas.
Para Hemerson Pacheco, "é importante ressaltar que, nos locais onde foram instalados radares fixos para controle da velocidade, o índice de acidentes encolheu 48% entre junho e dezembro, em comparação aos sete meses anteriores à implantação dos dispositivos. Sabemos que muitas pessoas criticam a fiscalização da companhia, mas temos convicção de que, sem ela, a taxa de mortes poderia ser bem maior. A preservação da vida é o nosso maior objetivo e, nesse sentido, ações de conscientização, sinalização e fiscalização são os caminhos possíveis na construção de um trânsito mais seguro e humanizado em Londrina".