O anúncio da nova tarifa do transporte coletivo de Londrina será feito nesta terça-feira (16) pela administração municipal. A informação foi repassada ontem pelo prefeito Alexandre Kireeff (PSD), após reunião com vereadores, presidente de Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU), Carlos Alberto Geirinhas, e diretores das empresas de ônibus.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Londrina (Sinttrol), João Batista da Silva, confirmou que a categoria pode parar na quinta-feira. Havia a possibilidade de a greve ser deflagrada apenas em janeiro, mas em consulta realizada na tarde de ontem, dos 950 funcionários, 819 (86%) votaram para o início da greve nesta semana.
Segundo João Batista, eles reivindicam 10% de aumento salarial (6% relativos à inflação e 4% de aumento real), equiparação do salário do motorista de micro-ônibus com o dos motoristas dos coletivos padrões, além de plano de saúde e vale-alimentação. "Os salários estão defasados e a categoria não vai aceitar continuar trabalhando nestas condições", alertou.
A CMTU leva em conta o aumento de 8% no valor do óleo diesel, a gratuidade dos alunos de escolas municipais até 5ª série e as reivindicações dos trabalhadores para definir o reajuste da tarifa. Como a prefeitura decidiu que deixará de pagar o subsídio às concessionárias, já é certo que o preço atual de R$ 2,30 deverá subir ao menos R$ 0,10. As empresas de ônibus afirmaram que se fosse levada em conta a perda de rentabilidade nos últimos anos, o valor teria que chegar a R$ 3,14.
"É um valor muito alto. As empresas têm a liberdade de pedir e nós temos a responsabilidade de defender a sociedade", declarou o prefeito. A assessoria da Metrolon, no entanto, deixou claro que este não é o valor desejado pelas empresas, mas que mostra a importância de alguns benefícios, como a redução da taxa de gerenciamento da CMTU e encargos municipais, para a composição do valor.
Geirinhas ressaltou que o importante é criar alternativas para melhorar a qualidade do transporte público sem repassar os custos diretamente ao usuário na tarifa. "É possível aumentar os corredores exclusivos, por exemplo, o que garante maior dinamismo e diminui o tempo de itinerário, reduzindo custos", apontou. Segundo ele, é preciso criar soluções voltadas, principalmente, para os horários de pico.