A parada cardiorrespiratória ou morte súbita mata, no Brasil, uma pessoa por minuto fora do ambiente hospitalar. "É uma epidemia", afirma o cardiologista Manoel Fernandes Canesin, presidente do 9º Congresso Sul Brasileiro de Cardiologia, que ocorrerá em Londrina entre 20 a 22 de abril e terá uma mesa redonda exclusiva sobre o assunto.
Segundo o especialista, 50% das paradas cardiorrespiratórias vêm acompanhadas de dor - o infarto. Nesses casos, há chances para o paciente chegar a um hospital e ser medicado a tempo. Os outros 50% não apresentam sintomas e o doente pode cair ao chão a qualquer momento, em qualquer lugar. "Em 85% dos casos, a parada é por fibrilação e o único tratamento é o choque", destaca Dr. Canesin, referindo-se à importância da existência de desfribiladores elétricos em locais públicos e de pessoas capacitadas para fazer uso do equipamento.
Londrina foi a primeira cidade do País a ter uma lei obrigando a disponibilização do desfibrilador em locais de grande concentração. Entretanto, os leigos não estão aptos a reconhecer uma situação de emergência por parada cardiorrespiratório nem sabem manusear os aparelhos.
"Temos uma epidemia que parece interessar ao governo, como se fosse uma seleção natural", lamenta o cardiologista, comparando dados do Brasil e Estados Unidos. "De cada cem pessoas com parada cardiorrespiratória no Brasil, apenas duas sobrevivem. Nos Estados Unidos, existem cidades em que esse índice chega a 50%", destaca.
A mesa redonda com o tema Morte Súbita está marcada para o dia 21 de abril (sexta-feira), às 17h no auditório do Centro de Exposição e Eventos de Londrina, onde serão realizados, de 20 a 22 de abril, o 9º Congresso Sul Brasileiro de Cardiologia, o 34º Congresso Paranaense de Cardiologia, 3º Simpósio Sul-Brasileiro de Cardiogeriatria e o 1º Simpósio de Cardiopediatria da Sociedade Paranaense de Cardiologia.