Uma manifestação, que começou às 12h desta segunda-feira (27) em frente ao RU (Restaurante Universitário) da UEL (Universidade Estadual de Londrina), foi promovida por mulheres com o objetivo denunciar casos de assédio e de importunação sexual praticados por um médico ginecologista que atuava na Dasc (Divisão de Assistência à Saúde da Comunidade), órgão vinculado ao HU (Hospital Universitário).
Cerca de 50 pessoas participaram do protesto organizado por um grupo de servidoras, professoras, alunas e ex-alunas que se reuniram em frente ao Mural 'Chega de Assédio', localizado no CECA (Centro de Educação, Comunicação), na última sexta-feira (24).
Outra manifestação está prevista para acontecer a partir das 18h, também em frente ao RU.
Além de incentivar a formalização de novas denúncias, a primeira edição do movimento teve como finalidade entregar aos gestores da universidade uma carta manifesto em apoio aos trabalhos de investigação que estão sendo conduzidos pela procuradoria jurídica. Para isso, as mulheres caminharam em cortejo do RU até a Reitoria da Universidade.
Carla Delgado, psicóloga do Sebec (Serviço de Bem-Estar à Comunidade), órgão interno da UEL, afirma que, muitas vezes, não há mecanismos adequados para que as vítimas de assédio e importunação sexual denunciem os casos. Contudo, destaca que nas últimas duas gestões, a Ouvidoria da instituição tem registrado todos os casos, bem como instaurado procedimentos para a investigação.
Nos anos anteriores, conforme conta a psicóloga, é possível que existam situações que foram denunciadas, porém não registradas. Por isso, Delgado reforça que este é o momento ideal para denunciar novamente - e não apenas o médico ginecologista, mas todo e qualquer servidor da UEL que tenha cometido crimes de gênero.
A UEL, por meio de nota, informou que recebeu as denúncias pelo canal oficial da Ouvidoria e instaurou os procedimentos administrativos preliminares para investigar a conduta criminosa do ginecologista. O documento aponta, ainda, que o médico está afastado de suas atividades na Dasc, assim como em outros ambientes da Universidade.
No texto, a Reitoria informa que a UEL "não tolera e não compactua com qualquer tipo de ação de violência física ou psicológica ou de constrangimento contra a mulher, e que situações dessa natureza exigem a máxima atenção por parte da instituição."
Até o momento, mais de dez mulheres já denunciaram casos de assédio e importunação sexual relacionados ao médico ginecologista que atuava na Dasc e em outras instituições de saúde de Londrina - públicas e privadas.
Durante a manifestação, as mulheres presentes afirmaram que o ginecologista não deve ser somente afastado de suas atividades na UEL, mas também ter seu Registro Médico cassado junto ao CRM-PR (Conselho Regional de Medicina do Paraná).