Londrina

Macacos-prego de Londrina ajudam a explicar linha evolutiva dos seres humanos

11 jul 2024 às 07:15

As placas espalhadas pelo Parque Arthur Thomas, na zona sul de Londrina, são enfáticas: “Não alimentar os animais”. Mas todos os fins de semana, dezenas de famílias se aglomeram sob as árvores munidas de toda sorte de guloseimas na esperança de atrair os macaquinhos que vivem na maior área remanescente de Mata Atlântica dentro da área urbana. Ao ser advertido pela mãe sobre as placas, um adolescente ironiza: “tanta coisa que é proibida neste país e ninguém respeita”.


A investida dá resultado. No fim de uma tarde de domingo, parte do bando de macacos-prego, uns 10 animais, salta com agilidade de galho em galho até o portão de acesso ao parque. À medida que eles se aproximam, a excitação da plateia aumenta. Um dos bichos desce com agilidade e pega um punhado de salgadinhos oferecido por um rapaz. Come com voracidade. Enquanto o menino se diverte, a irmã mais nova registra tudo em seu smartphone. Outros macacos, um com um filhote nas costas, também dão às caras em meio à vegetação em busca dos viciantes ultraprocessados.


Alguns dos macacos mais atrevidos descem das árvores até o chão e precisam correr de algumas crianças. Para se livrar dos baixinhos, sobem em todos os lugares. Nem mesmo o busto do fundador da cidade, que dá nome ao parque, é poupado. O parque também abriga outros animais como quatis e capivaras, mas o grande frisson é mesmo pelos macacos.


Quando as bananas e as pipocas acabam, outro rapaz tenta enganar um dos animais com uma casca de árvore. O bicho leva à boca e faz “cara feia”. O garoto insiste na artimanha, mas, sagaz, o macaco-prego vira as costas e vai embora. Assim, com o sol quase caindo, o bando segue para o interior da mata, longe do assédio dos visitantes. Com boa parte do parque fechada para manutenção, os animais reinam absolutos.


Todos os olhares se voltam para um último macaco desgarrado, que cruza a rua sobre as árvores na tentativa de conseguir alguma comida em uma pastelaria do outro lado da rua. Contenta-se com um ovo de passarinho que retira do ninho, em uma sibipiruna, e vai embora. Enquanto os vigias fecham os portões do parque, os visitantes se reúnem do lado de fora para ver as fotos e postá-las nas redes sociais.


A esperteza dos bichos impressiona os visitantes. Mas além de não se deixarem enganar com facilidade, os macacos do parque possuem um nível de inteligência muito maior. Foi o que detectou uma pesquisa da UEL (Universidade Estadual de Londrina). O Laboratório de Ecologia e Comportamento Animal, do CCB (Centro de Ciências Biológicas), registrou, com riqueza de detalhes, que os macacos-prego do parque municipal utilizam ferramentas para obter comida.


Leia a reportagem completa na FOLHA DE LONDRINA:


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