O comando do 5º Batalhão de Polícia Militar (BPM) de Londrina determinou que o policiamento preventivo e ostensivo feito a pé, no centro da cidade, não pode mais ser realizado por policiais em dupla. A medida foi tomada no último dia 13 e repassada aos PMs da 2ª Companhia PM-Comunitária. As únicas exceções são para as duplas que trabalham nas Avenidas Higienópolis e Leste-Oeste, área central. O comando também determinou que os policiais, sem colete à prova de balas e rádio comunicador, não podem permanecer junto a outros PMs e nem falar com civis durante o trabalho, sob pena de incorrerem em insubordinação disciplinar.
Segundo alguns policiais que procuraram a reportagem da Folha, o trabalho está ficando cada vez mais inseguro, e a "população é quem paga por isso". Os policiais também denunciaram um curso de reciclagem compulsório que estaria acontecendo desde o início da semana. Durante o curso, que estaria sendo feito durante as horas de folga, os PMs têm que realizar atividades físicas. "O problema é que não há médicos para fazer uma avaliação prévia da nossa saúde", disseram os PMs que procuraram a Folha.
De acordo com as denúncias, o Regulamento Disciplinar do Exército (RDE), que rege as normas no batalhão, é arcaico e não deveria ser aplicado à Polícia Militar. "Estão usando o código para efetuar uma repressão velada", afirmou um PM. De acordo com ele, os policiais que viraram as costas para o tenente-coronel Robenson Máximo Fim, comandante do 5º BPM, durante uma palestra sobre motivação profissional, há pouco mais de um mês, serão retaliados. Ele também antecipou uma revolta generalizada em todo o Estado, caso o governador não pague até o dia 1º de agosto a diferença de 2% nas gratificações PM-Especial. "Vamos nos aquartelar", prometeu.
A Folha tentou falar com o secretário estadual de Segurança, José Tavares, mas ele estava em reunião e não pôde atender.