A Prefeitura de Londrina dará início à aplicação do inseticida contra a dengue com a ajuda dos equipamentos de UBV (ultrabaixo volume), conhecido popularmente como fumacê, a partir da próxima terça-feira (23). Com a ajuda da "nuvem” de fumaça com baixas doses do veneno, a Secretaria Municipal de Saúde espera eliminar o mosquito Aedes aegypti e evitar a transmissão da Dengue, Zika e da Chikungunya, em uma possível epidemia na cidade.
De acordo com a prefeitura, os agentes municipais de endemias vão utilizar quatro carros da Secretaria de Saúde do Estado (SESA), que vão borrifar o inseticida pelas ruas dos bairros mais afetados de Londrina e com os maiores riscos epidemiológicos registrados no momento. São eles: Conjunto Eucaliptos, Conjunto Lindóia, Parque Waldemar H., Vila Romana, Jardim Alemanha, PIL, Jardim Ideal e Conjunto Mister Thomas, na região leste da cidade. Na região sul, os agentes de endemias passarão pelas ruas do Jardim Califórnia, Jardim Eldorado, Vale do Cambezinho, Jardim San Fernando, Jardim Monte Carlo, jardim Pequena Londres, União da Vitória, Jardim Del Rey, Conjunto Cafezal e Jardim Acapulco, na região sul de Londrina.
Os veículos devem se dividir em turmas, para que haja sempre dois em casa região. Eles vão passar pelos bairros em dois períodos, que são das 5h às 10h e das 17h às 21h, horários preconizados pelo Ministério da Saúde. Além disso, esses horários são importantes, porque com a chuva ou ventos fortes, o inseticida se degrada mais rápido.
Para que a eficácia seja maior, o secretário municipal de Saúde de Londrina, Felippe Machado, pediu que a população faça a sua parte, retirando os objetos que podem acumular água parada e abrindo bem as portas e janelas das casas e apartamentos, quando o carro do fumacê passar.
"Estamos pedindo para as pessoas deixarem as janelas e portas das casas abertas e para que cubram os potes de ração e água dos animais, para que o veneno possa cumprir seu papel. Isso porque, 99% dos focos do mosquito da dengue são intradomiciliar, ou seja, estão dentro da casa das pessoas, nos vasos das plantas, água da chuva armazenada incorretamente, bebedor dos animais, etc. Cada um tem que fazer a sua parte”, pediu o secretário de saúde de Londrina.
Ações – Entre as atividades já realizadas estão a aplicação de inseticida com bombas costais, como medida de contenção do mosquito, mutirões de limpeza em parceria com a Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU), orientação sobre a importância do uso de repelente para a pele; envio de equipes de endemias exclusivas para o atendimento de casos suspeitos e confirmados; vistoria a cada 15 dias em imóveis localizados nas áreas críticas; vistoria aos sábados dos imóveis fechados; e a identificação e recolhimento de criadouros alternativos (como folhas de árvores e frutas que quando fora do pé podem acumular água parada, como o coco).
Números – Com a nova metodologia de pesquisa utilizada pela SMS, foi possível mensurar as localidades com maiores índices epidemiológico e entomológico, ou seja, aquelas que necessitam de intervenções constantes. Entre as 256 áreas analisadas, 99 foram considerados de alto risco e outras 157 de médio risco.
No momento, Londrina registra um índice geral de infestação do mosquito da dengue de 5,4%, ou seja, a cada 100 casas inspecionadas mais de cinco continham focos positivos da doença. A região noroeste concentrou o maior índice Entomológico, chegando a 8%; seguida pelas regiões sul e central com 6%; zona leste 5%, norte 4,2% e 4% na oeste.
O bairro Nossa Senhora Aparecida é o que registrou a maior quantidade de infestação vetorial da dengue, chegando aos 21,3% dos domicílios com focos do mosquito. Em segundo lugar no ranking dos 10 bairros com maiores índices está o Vista Bela com 17,6% de infestação; a Vila Romana com 15,7%, o Parque Industrial com 14,6%, o Quati com 12,2%, o União da Vitória I com 12%, o Santo André com 11,7%, o Novo Perobal e a Vila Mariza ambos com 9,8%, e o Maria Celina com 9%.
Em comparação com anos anteriores é possível perceber uma melhora nos índices nos meses de janeiros de 2015 a 2021, sendo que o Município já alcançou 12,1% de infestação em 2018 e agora está com 5,4%. "Esses números nos deixam preocupados, mas um pouco mais tranquilos, porque eles são mais objetivos e mostram uma redução em comparação com anos anteriores”, explicou o coordenador de Endemias, Nino Medeiros.
Risco epidemiológico – Por meio da análise dos casos notificados e a proximidade deles em um curto espaço de tempo, a SMS também mapeou as regiões com o risco epidemiológico. Ele mostra a probabilidade de ocorrer casos confirmados da doença em um tempo próximo, a partir da análise do passado recente. Assim, a região leste chegou ao índice de 30,4% de risco epidemiológico. A segunda região com maiores números foi a sul com 20,5%. Na sequência aparaceram a 13,7% norte, a noroeste com 13,5%, o centro com 13%, a oeste com 7,5% e a rural.
Casos de Dengue – Desde o dia 1º de janeiro até o dia 19 de março, a cidade de Londrina registrou 619 casos positivos de dengue e um óbito. Outras duas mortes estão em investigação e 1769 pessoas aguardam os resultados dos exames laboratoriais. Além desses, 1353 foram descartados e 3.742 foram notificados.
A população pode denunciar casos de criadouros de dengue pelo 0800 400 1893, das 8h às 17h.
Para a imprensa: outras informações podem ser obtidas com o secretário municipal de Saúde, Felippe Machado, pelo telefone (43) 3372-943