Sentada numa cadeira no quintal, ela domina a conversa, contando suas histórias de vida, observada atentamente pelas filhas, a neta e os bisnetos. A voz firme contrasta com os cabelos brancos sob o lenço e os profundos olhos azuis. E salienta a energia da imigrante italiana Eugênia Mazieiro. Nesta segunda-feira, dia 29, ela estará completando 100 anos de vida e neste domingo recebe uma festa surpresa em Londrina, reunindo as quatro filhas, além de netos, bisnetos e tataranetos vindos de Apucarana, Curitiba e interior de São Paulo. A surpresa inclui bolo e apresentação de um coro da 1ª Igreja Batista.
Pelas contas da própria dona Eugênia, ela tem mais de 100 netos, bisnetos e tataranetos espalhados pelo Paraná e São Paulo. 'Quando eu morrer, vou contente, porque tenho minha semente esparramada', salienta. Ela se diz satisfeita com tudo, mas não entende muito bem essa 'história de sair no jornal'. 'Eu só estou fazendo 100 anos, ué. Não tem nada de mais!', ri.
Eugênia Mazieiro - ou Arpalich, como a chamavam os pais - nasceu na cidade italiana de Pontecchio, na virada do século 20. Filha única entre sete irmãos, ela casou-se aos 21 anos com Augusto Gardina e logo teve o primeiro de seus 17 filhos - dos quais 10 sobreviveram após o parto. Quatro anos depois, o pai e o marido de Eugênia decidiram ir para a América.
Em 1941, a família mudou-se para Londrina para plantar café em um sítio. Aos 58 anos, dona Eugênia ficou viúva e teve de assumir as responsabilidades da família.
* Leia mais em reportagem de Jackeline Seglin na Folha de Londrina/Folha do Paraná deste domingo