Pneus velhos, garrafas de refrigerante (pet), latas diversas e muita lama. Se você imaginou o lixão de Londrina, se enganou. Esse é o panorama do Lago Igapó 2 esvaziado. Não é possível, na opinião do secretário de Obras, Luiz Carlos Bracarense, listar os responsáveis pelo assoreamento, pois o processo não é recente. "Todas as construções levantadas na região tiveram a sua contribuição, além da própria população", presume.
A Sanepar assumiu a responsabilidade por algumas toneladas de lama, trazidas da estação de tratamento de água. A Promotoria do Meio Ambiente, comenta Bracarense, exigiu que a empresa fizesse o tratamento da lama despejada num braço do córrego Água Fresca. As construções atualmente em execução na região do Lago não oferecem riscos de assoreamento, na opinião do secretário, pois possuem técnicas de contenção.
Para o ambientalista João Batista Moreira de Souza, da Organização Não-Governamental (ONG) Patrulha das Águas, os maiores responsáveis não são a Sanepar e algumas indústrias. A prefeitura e a população têm, para ele, 70% da culpa no assoreamento do lago. "Está no código de posturas que a limpeza das ruas, calçadas e terrenos baldios é de responsabilidade de cada morador e da prefeitura", avalia. Ele comenta que até mesmo as formigas deram a sua contribuição.
O triste cenário do lago vazio entretanto não tem data para ser modificado, apesar da Secretaria de Obras reafirmar que o prazo de entrega à população (sete meses após o esvaziamento) permanece inalterado. A projeto de revitalização deve ser apresentado no início da próxima semana. Bracarense contesta a hipótese de que não houve um planejamento para esvaziar o Lago. Ele garante que desde o início era sabido que o projeto só seria possível após o esvazimento quando se conheceria a extensão do problema e assim, das necessidades.
*Leia mais em reportagem de Célia Guerra na Folha de Londrina / Folha do Paraná desta sexta-feira